Crítica: (Bring Her Back) Faça Ela Voltar (2025)

Natalia Silva

Poucos filmes de terror me atravessaram da forma que Faça Ela Voltar conseguiu. Não pelo susto, nem pela atmosfera de tensão, mas pela delicadeza com que aborda o luto e o peso de amar alguém a ponto de não suportar a ausência. É um daqueles filmes em que o sobrenatural serve apenas como moldura: o verdadeiro impacto está na condição humana, em como reagimos diante da perda.

A protagonista, em sua fragilidade quase palpável, encara a si mesma, sua solidão, sua incapacidade de aceitar o inevitável e o desespero de tentar recuperar o que já não pode ser recuperado. Em uma das cenas mais tocantes, ela permanece em silêncio diante da memória viva do que já não existe, e é nesse silêncio que o filme diz tudo: O vazio grita mais alto do que qualquer palavra.

O que torna Faça Ela Voltar tão especial é justamente sua coragem de ir além do gênero. Há medo, há escuridão, há momentos de aflição. Mas o que fica depois que os créditos sobem é uma reflexão profunda: sobre o ser humano que se agarra ao impossível, sobre a dor de perder e sobre a difícil aceitação de que seguir adiante também pode ser um ato de amor. É raro encontrar um filme de terror que consiga trazer uma mensagem tão importante de forma tão sutil. Faça Ela Voltar é um lembrete de que o horror nem sempre está nos monstros  muitas vezes, ele está no coração partido de quem fica.


Ficha Técnica

  • Titulo  Original: Bring Her Back
  • Duração: 1h 40min
  • Direção: Danny Philippou & Michael Philippou
  • Elenco Principal: Sally Hawkins (Laura), Billy Barratt (Andy), Sora Wong (Piper), Jonah Wren Phillips (Oliver)
  • Gênero: Terror / Drama
  • Ano: 2025

Sobre a autora:

Coordenadora administrativa em uma instituição de ensino técnico (Cedup), apaixonada por cinema e pseudo-crítica nas horas vagas. Acredito no poder dos filmes para contar histórias inesquecíveis, despertar emoções e expandir nossa percepção do mundo. Entre críticas e análises, me jogo em diferentes gêneros e busco sempre novas perspectivas sobre o cinema.

Criadora da página do Instagram Cine Histeria (@cine_histeria), onde compartilho reflexões sobre o universo cinematográfico.