
Entre as calçadas surgiam chananas. Alguns diziam que é mato. O que é mato? Seriam todas as plantas abundantes cujo nome não sabemos identificar; talvez seja isso.
A chanana deixa de ser mato quando sabemos seu nome, quando enxergamos sua serventia e sua importância. A chanana nasce fácil.
Hoje pela manhã, nasceram chananas nos meus olhos. A noite foi serena; encontrei a ponta das estrelas e fiquei brincando de jogar bolas de nuvens. O café tinha gosto de massagem, com pedaços de morango e uva, alguns dedos de iogurte e mel, além de sementes iguais àquelas que os pássaros comem.
A gente não vê chanana em vaso. Ela surge nos campos e entre as calçadas e se torna poesia quando deixa de ser mato.
Sobre o autor:

Alexandre Lucas é escrevedor, articulista e editor do Portal Vermelho.
