Francinilda Santiago Lopes
Numa tarde de sexta-feira duas amigas marcaram de tomar um café e no meio da conversa Ana faz um convite para amiga Daiane: irem comemorar seu aniversário em um clube de passeio com piscina, porque a comemoração no ano anterior tinha sido em sua casa onde elas comeram, beberam e dançaram músicas dos anos 80 e 90. Ana ficou surpresa ao ouvir a revelação da amiga Daiane naquele dia, ela disse: vou te confessar como foi difícil estar no teu aniversario no ano passado, eu estava devastada com o coração em frangalho, porém fiz com que ninguém percebesse, disse Daiane a amiga.
A minha companheira de trinta anos tinha acabado de falecer, eu a levei para hospital e depois a minha flor foi para a UTI. Não demorou muito e a equipe médica veio com a notícia do falecimento da minha amada flor. Ela já estava velhinha, desidratada, muito fraquinha, disse Daiane: me desmanchei em lágrimas, fiz um verdadeiro pranto. O médico e outras pessoas tentaram me confortar, mas não conseguiram, tamanha a minha dor, mas mesmo assim tive que resolver tudo sozinha, pois meu irmão Jorge tinha viajado e ninguém ficara sabendo.
Fiz toda a preparação para o velório, me arrumei como se fosse para uma festa, pois não queria que a despedida da flor fosse de qualquer jeito. Depois decidi que a flor tinha que ser cremada. Paguei toda as despesas do funeral com meu cartão de credito, que custou aproximadamente mil e duzentos reais.
Chorei muito, mas eu queria que minha flor tivesse tudo de bom naquele seu último dia. Teve todo o ritual de um velório, com chá e biscoito, água, tudo que a minha amada e queria flor merecia no seu último dia de vida. Voltei para casa com as cinzas da minha flor em uma caixinha. Ana ouvia perplexa, pois não tinha ideia que sua amiga estava sofrendo tanto com a morte de sua florzinha, sua gatinha, mas para ela era a sua filhinha. Amada e inesquecível flor.