Luciana Bessa*
Quarto mês do ano, Abril traz em si muitos momentos celebrativos. Já iniciamos com o Dia da Mentira, no primeiro instante do mês. Em Minas Gerais, circulou um periódico de vida efêmera chamado “A Mentira”, lançado no dia primeiro de abril de 1828, noticiando o falecimento de Dom Pedro, fato que foi desmentido no dia seguinte.
“A Mentira” deixou de circular no dia 14 de setembro de 1949, sem antes noticiar aos credores brasileiros, que no dia 01 de abril de 1850, eles poderiam negociar suas dívidas, sem explicar como e dando como referência um lugar inexistente.
Já o 13 de abril é para comemorar o Hino Nacional Brasileiro, pois nessa exata data, no ano de 1831, ele foi tocado pela primeira vez, no Teatro São Pedro de Alcântara, na então capital do Império. Mais do que uma música, o Hino Nacional, é o símbolo da identidade e da história de lutas e conquistas do povo brasileiro.
Cada vez que participo de um evento acadêmico ou não, quando ouço o Hino Nacional, uma emoção toma conta de mim, pois à medida que o escuto, um turbilhão de fatos históricos passa como um filme em minha cabeça. Confesso que durante o Governo de 2018-2022, senti ojeriza a esse texto que exalta a liberdade que “Conseguimos conquistar com braço forte”, mas que precisamos ficar atentos a tais conquistas e a falsos profetas.
18 de abril foi a data escolhida para celebrar o Dia Nacional do Livro Infantil, porque nesse dia, no ano de 1882, nascia o escritor paulista Monteiro Lobato autor de Sítio do Pica Pau Amarelo e criador de personagens memoráveis: Emília, Pedrinho, Dona Benta, Tia Anastácia, Visconde de Sabugosa, Cuca, que continuam povoando nossa imaginação.
19 de abril comemora-se o Dia do Índio, instituído em 1943, durante o Estado Novo, hoje, chamado de Dia dos Povos Indígenas. Povo que estava em solo
nacional, quando os portugueses aqui aportaram em 22 de abril de 1500. Não se pode falar em Descobrimento do Brasil, se de fato o que aconteceu foi a subjugação e catequização dos indígenas.
21 de abril é para se comemorar o Dia de Tiradentes, o mineiro Joaquim José da Silva Xavier, que pagou com sua própria vida por ter sido um dos líderes da Inconfidência Mineira, movimento social e político, que aconteceu em Vila Rica, atual Ouro Preto, no período de 1789 a 1792, contra os mandos e desmandos da Coroa Portuguesa, especialmente a cobrança de altos impostos (derrama).
27 de abril é o meu aniversário, única data que realmente gosto de comemorar. Momento que eu aguardo ansiosamente para abraçar os amigos, escutar felicitações e agradecer… pelos aprendizados, pelas oportunidades que pude aproveitar, pelas pessoas novas que conheci, pelos livros lidos, mas, sobretudo, pelas promessas que fiz a mim mesma. Nesse dia, um ciclo se fecha e outro se abre com mais intensidade e mais experiência de vida.
Fechamos o mês com o Dia da Educação, um dos maiores desafios de todos os tempos. Negado às mulheres no passado, pois elas eram consideradas seres inferiores, destinadas ao casamento e à procriação, hoje, apesar da sua precarização, consegue chegar a lugares mais distantes e a beneficiar mais pessoas, especialmente, do gênero feminino. Abril é assim, um mês em que há muito a celebrar!
Sobre a autora:
Luciana Bessa
*Idealizadora do Blog Literário Nordestinados a Ler