Literatura

O ser que eu não sou
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O ser que eu não sou

Francisco Joherbete* O ser me diz algoO não ser o contrárioMas o ser que eu não soué mesmo adequado. O que dizem que souEu não afirmoMe dizem ser pacientee eu não admiro,pois o ser que eu sou é diferente disso.Ele é impaciente e arroganteDizem também que ele é interessante. O ser que eu sou é o contrárioTenta ser brando e é tratado como um otárioVive bem e é questionadoDiz que é quieto, mas é um retardadoO ser que eu não sou é o não ser do sou. Sobre o autor: Francisco Joherbete *Aluno do 8° ano do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti. Gosta de ler poesias e de fazer também. "Abrace sua tristeza".
Irá acabar
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Irá acabar

Francisco Joherbete* Tantas guerras aconteceme elas me fazem sofrermortes e gemidos parecem choverGritos e desesperos parecem por todo ser. As guerras atuais são desgraças esperadasnunca esperei tantas mentiras pé rapadasbrigas sem fim, dores a viagemCadê o amor? Nunca desconfieie vou te falaressas coisas ruins como as guerras são momentos que dizem que o mundo vai acabarpor isso tenho certezao mundo está no fim o "sistema de coisas" terá o seu bendito fim. Sobre o autor: Francisco Joherbete *Aluno do 8° ano do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti. Gosta de ler poesias e de fazer também. "Abrace sua tristeza".
A Cabeça do Santo
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A Cabeça do Santo

Luciana Bessa* O real foi o mote para a escritora cearense Socorro Acioli criar a ficção A Cabeça do Santo, publicada no ano de 2014, traduzida para o inglês e o francês e, que em breve, se tornará filme. O projeto da criação de uma estátua de Santo Antônio teve início em 1984, no município de Caridade, aproximadamente 91km da capital Fortaleza. Na época, o prefeito, Raul Linhares, desejava tornar a cidade conhecida por meio do turismo religioso, tal qual a cidade vizinha, Canindé, que atrai anualmente cerca de 400 mil turistas. Contudo, em 1986, o projeto foi interrompido por falta de recursos. A cabeça [do santo] teria se tornado parte do muro da casa de nº25 do Conjunto Habitacional, onde moraria um dos engenheiros da obra. A princípio, Socorro Acioli conheceu essa história por...
A Sálvia não me basta
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A Sálvia não me basta

Alexandre Lucas* Dormir com Sálvia. Passei a noite cheirando o desejo e acariciando lentamente suas formas. Você me deixou com ela e com um monte de recortes.Pintei de azul, amarelo, vermelho, branco e preto nossas formas coloridas de amar. Sinto o cheiro de Sálvia e o seu cheiro de fruta doce. Tomo café e vejo a marcha dominante do seu corpo costurando o meu, procurando mar e tiroteios. Pei, Pei, Pei, ficamos mais vivos e dispostos a caminhar.Hoje é um dia qualquer. São esses os dias em que só a Sálvia não basta. Pode servir algumas mordidas, um gole de purpurina e algumas colheres de brasa. O trabalho hoje começa mais cedo, porque a fornalha precisa de lenha para acender a poesia e a carne. Até logo! Sobre o autor: Alexandre Lucas *Alexandre Lucas é escrevedor, articu...
Aprendendo a temperar
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Aprendendo a temperar

Alexandre Lucas* Estava na cozinha temperando afetos. Três pontos, brilhos e sorrisos, flores flutuando. Você ainda não tinha chegado.Molho vermelho no coração e na panela. Quase oito horas. Você sobe as escadas com licor de amora, vestida com uma jardineira com tons vibrantes, lembra as minhas pinturas alegres. Um beijo breve na beira do fogo como quem diz estou aprendendo a partilhar o alimento da primavera. Vejo borboletas.Comida na mesa. O vermelho parece preencher o espaço: tomate, molho, manifesto comunista e o coração encarnado de alegria.Você estava temperada. Seus olhos pareciam um abraço. Suas mãos esculpiam com delicadeza o meu rosto, seu beijo penetrante me conduzia.Balançamos na rede sonhos e prazeres. Massageava o ventre como quem modelava a subida aos céus. Você fez chuva...
Ladrão de amor
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Ladrão de amor

Francisco Joherbete Silva Lima* Pessoa rudimentarRuim de viverMas, afinal, é bom de conhecerPois muitas vezes há momentos que gostou de ter prazer. É como ladrão de amoresRouba como se fosse à noiteAge sigiloso, e rápido,Mas é assim que começa a roubalheira chamada talaricagem. Evito falar de coisas assim,Pois elas trazem algo ruim para mimMas saiba, eu nem ligo e nem apostoPois sei que um dia vou ter remorsoAcredite em mim, não vou nem explicarPois com palavras mostro a dor que é relatarAções traiçoeiras que andam para cá e pra lá. Sobre o autor: Francisco Joherbete Silva Lima *Aluno do 8° ano do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti. Gosta de ler poesias e de fazer também. "Abrace sua tristeza".
Cantava cá
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Cantava cá

Alexandre Lucas* Chico cantava, nós em versos nos debulhamos. Chico tinha multidões e nós nos bastávamos. Era sexta-feira. Pão com canela, licor de amora, um doce, o chão, a partilha. Escutamos Chico pelo celular, o suficiente, mas nem lembramos o que tocava. Estávamos focados em caminhar pelos olhos.Os caminhos percorriam a casa e os poros. Um gole de licor e um pedaço da tua língua. A flor estava guardada dentro de Neruda e viva nos nossos lugares.O carvão ativado escorria na tua e na minha pele, tuas mãos deslizavam poesia. Teu corpo quente molhado decifrava a dança. Chico falava “para viver em estado de poesia/me entranharia nestes sertões de você”, já entranhados, mordia seus lábios. Na rede, descansava os sorrisos. Você espalhada, quase dormindo, quase sonhando. Chico já tinha can...
É preciso saber celebrar
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É preciso saber celebrar

Luciana Bessa* Abril começou com o dia da mentira (1) e vai finalizando com o dia da verdade: meu aniversário (27), momento de celebração. Pelo quê? Por estar viva, por gozar de saúde física e mental em uma sociedade que cultua a aparência e deixa em segundo plano a essência. Por ter disposição para correr atrás dos sonhos que ainda não realizei e agradecer por aqueles conquistados. Por ter adquirido a maturidade de compreender que nem tudo são flores nessa vida, mas que os espinhos são capazes de nos fortalecer para que continuemos caminhando. A tristeza, assim como a alegria, é momentânea; que independemente do sol, ou da chuva, é preciso lutar pelo que acreditamos. Por ter acesso aos livros, um bem de consumo caro em nossos tempos. Eles me permitem conhecer pessoas e narrati...
Vestido no banho
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Vestido no banho

Alexandre Lucas* Mordia com os olhos os lábios. Nua se penteava com água. Devia ser uma segunda-feira. Nada previsto. Estava na porta vestido, vendo a água arrastar o cansado do dia, a única coisa que aparentava querer era descansar. Antes do banho ensaiou sem querer, alguns choros, afinal a vida é desafiadora.  Seu corpo molhado e meu olhar em chamas. Cansei de observar, puxei pela cintura. Debaixo do chuveiro, seu corpo   vestido de nudez. Eu, ainda de roupa, sentia sua respiração ofegante, seus dentes denunciando sua vontade nos meus lábios.  Era impossível disfarçar. Tinha fogo debaixo da água. Cruzamos os cômodos, os ventos e embaralhamos as línguas.  Cinco horas da manhã. Despeço-me. Você anda dormindo, lençol decotando seus seios, um beijo antes ...
História de rua
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História de rua

Francisco Joherbete* Um mendigo ferido estirado no chão.Sangrando e faminto implorando por proteção.Até que veio um homemEstendeu sua mão para lhe ajudar a moldar o seu coração O mendigo feliz o agradeceu de coração,Ele ficou tão contente que chorou de tanta emoção, pois sabia que aquelehomem era manso e se importava com as pessoas de todo o seu coração. E o homem sem desapego o respondeu com um aperto de mão. E essa história nos traz uma lição:ajudar o próximo sem receio no coração e ficar feliz com as coisas da vida.Alegrar o dia de uma pessoa com aflição,Viver alegre e em paz, porque amar e ajudar dão sentido à nossa vida. Sobre o autor: Francisco Joherbete *Aluno do 8° ano do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti. Gosta de ler poesias e de fazer também...