Denunciante
Por Alexandre Lucas*
O som da respiração faz poesia entre os corpos. Hoje, a lua tem sol e o chá é afrodisíaco. Escrevo devorando a imaginação. Vou vasculhando as palavras e mordendo os lábios no bailado de imagens. Solto um sorriso e me dano a escrever, como quem quer despir o papel, sentir a carne, o suor escorrendo entre as linhas, o ventre molhado, olhos bambos, sons desequilibrados, letras bêbadas e um convite para daqui a pouco.
É apenas o papel denunciante da intensidade humana. Incêndio, a poesia está em brasas e a razão resolveu se esconder. Contínuo escrevendo, buscando intervalos da imaginação do que não existiu, mas tudo existe. Saio, dou algumas voltas, talvez quisesse estar numa canoa sendo levado pela pele do rio, ou numa trilha sentindo o...