Literatura

O amanhã
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O amanhã

Layla de Castro No caderno guardo minhas tristezas Com a lua eu aguardo o amanhã Peço cuidadosamente proteção Para um dia a carta do amor parar em minhas mãos. Sobre a autora: Estudante do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti e integrante do Clube da Palavra ( Crato /CE). 
Tempos
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Tempos

Francisco Joherbete Balas ao vento Sangue ao relento Mortes remoendo E vidas desaparecendo. Gangues em arena Favelas em guerra Negros morrendo E troca de tiros à beça. Crianças sozinhas Órfãs, sem seus pais Chorando por fome E a busca de um pouco de paz. Essa é a vida Do mundo em que vivemos Nascemos, sofremos e morremos E o mundo continua Na mesma tragédia Dos últimos tempos. Nos trazendo problemas O que o governo faz? Aí surge a pergunta É só malefícios que o mundo traz? Sobre o autor: A chave da vida é a palavra, por isso escrevo com nenhuma vergonha na cara, "as minhas palavras atraíram uma mente forte ou ofenderam uma mente fraca?", poeta.
Existe uma democracia das lagartixas?
Literatura

Existe uma democracia das lagartixas?

Alexandre Lucas As lagartixas não fazem democracia, mas há quem pense que a democracia seja um conjunto de lagartixas. É possível obter as mesmas respostas para perguntas diversas quando se conversa com lagartixas em cima do muro. A democracia não é um jogo de cartas previsíveis, e engana-se quem crê que ela se resume a diálogo e consenso. Na democracia, não é possível combinar tudo, porque os interesses se organizam em uma escala de divergências e antagonismos. As pessoas fazem mais do que balançar a cabeça, sinalizando um "sim". Na democracia burguesa, orientada e dirigida pelas elites econômicas, a classe trabalhadora conquista apenas paliativos — alguns suspiros —, mas não dirige os caminhos decisórios do poder. Esse tipo de democracia está vinculado a uma falsa ideia de liber...
Presente de aniversário antecipado
Literatura

Presente de aniversário antecipado

Luciana Bessa Como boa aniversariante do mês de abril, comecei a imaginar um presente à minha altura de 1,50 cm. À princípio, pensei em uma roupa, uma bolsa, um sapato. Mas como diria Alberto Caeiro: “Porque eu sou do tamanho do que vejo. E não do tamanho da minha altura”, então, resolvi me presentear participando da XV Bienal do Livro do Ceará. O tema escolhido para o evento “Das fogueiras ao fogo das palavras: mulheres, resistência e literatura”, com a curadoria de quatro potentes vozes do cenário literário nacional, Amara Moira, nina rizzi, Sarah Diva Ipiranga, Trudruá Dorrico, sob a coordenação geral de Maura Isidório, da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), além de poético, me fez recordar quantas de nós já perderam a vida por não se adequar às estruturas sociais,  além...
Capitalismo
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Capitalismo

Emily dos Santos No começo tudo é festaDinheiro, vendas e famaPor trás dissoO Brasil só ocupa lembrançaPois os ricos se aproveitam.Aqueles que são pobres, morrem nesse estadoO Brasil não foi descobertoFoi invadido e exploradoPindorama é o nome dessa terra!Dado pelo os índios escravizados.No Brasil não se vive felizSe vive numa fome infelizMeu povo sofre com a fomeE o Brasil pega fogoMas quem deveria pegar fogoEstá de terno e microfone.Por anos, o Brasil vive no capitalismoPor isso eu digo:O capitalismo te vende uma solução! Sobre a autora: Estudante e integrante do Clube da Palavra do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti (Crato). 
A faceta do capitalismo
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A faceta do capitalismo

Francisco Joherbete Na margem do erro O capitalismo nos sufoca Escondendo a face Do mundo poliglota. As pessoas trabalhadoras Eles tratam como engrenagem Escondendo A voz da verdade. Sufocando, matando Explorando e iludindo Essa é a face do capitalismo Que vem rugindo. A busca desenfreada Pelo dinheiro eles querem Passando a mão No que preferem. Explorando as pessoas Humilhando os fracos. Exploram com trabalho Dão isso sem parar E os explorados falando: Quando isso vai acabar? O livramento Os explorados querem Um carrão conquistar E o capitalismo sorrindo e falando:  Já fez hora extra, meu irmão? Sobre o autor: A chave da vida é a palavra, por isso escrevo com nenhuma vergonha na cara, "as minha...
Internet
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Internet

Jennyfer Amanda A internet nos domina Onde quer que seja Olho para o céu e me pergunto o que fiz da minha vida Pois nesse mundo acabei com minha disciplina Nunca mais brinquei na rua Nunca mais brinquei de esconde-esconde Nunca mais falei com meus amigos E nem foquei mais nos meus estudos Pois a internet me domina Quero voltar a ser eu mesmo Quero brincar na rua, quero rir Sem ter a internet pelo meio Quero voltar a ser a mesma criança de antes Sem  estar presa nesse mundo virtual Cheio de malícias e violências Pois a internet nos faz muito mal. Sobre a autora: Estudante e integrante do Clube da Palavra  do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti ( Crato/CE) 
O fantástico Murilo Rubião
Literatura

O fantástico Murilo Rubião

Luciana Bessa O gosto pelas narrativas insólitas é tão antigo quanto a própria humanidade. Mesmo quando o homem não dominava essa técnica, tampouco a escrita, ele possuía a arte de contar histórias e, assim, muitas foram criadas e imaginadas e passadas de geração em geração. Há uma névoa que envolve o surgimento do fantástico, que ao longo dos séculos tem sido enriquecido pelo clima de mistério, de misticismo, pelas criaturas mitológicas, pela ficção científica, sobretudo os estados de espírito do homem que tem se modificado ao longo dos séculos. É importante frisar que esse tipo de literatura sempre esteve relacionado aos elementos simbólicos que envolvem o homem e o espaço no qual ele está inserido. Não é possível dizer com precisão o que é uma narrativa fantástica, mas para que...
Gênero e raça na construção da história de liberdade no Ceará
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Gênero e raça na construção da história de liberdade no Ceará

Karla Jaqueline Vieira Alves Simoa Maria da Conceição, mais conhecida como Preta Tia Simoa, foi a mulher negra que mudou o curso da história no Ceará enquanto protagonista do episódio radicalmente definidor da abolição da escravidão neste estado, a primeira greve de trabalhadores negros, registrado na historiografia como a primeira greve dos jangadeiros. É importante frisar qeu a campanha abolicionista no Ceará contou com a participação feminina através da criação de sociedades de mulheres libertadoras. Como uma das mais atuantes, podemos citar a sociedade das Cearenses Libertadoras que foi criada em dezembro de 1882. No entanto, é possível estabelecer diferenças marcantes entre a atuação destas senhoras organizadas em associações e a participação de Simoa enquanto mulher preta també...
Contos do lírico que fere: O desespero do sangue, de Zélia Sales
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Contos do lírico que fere: O desespero do sangue, de Zélia Sales

Émerson Cardoso O Ceará tem revelado nomes significativos em sua produção literária contemporânea. Nesse sentido, um nome que merece toda atenção é o de Zélia Sales. A autora, que tem participação em coletâneas diversas, aponta n’A cadeira de barbeiro (2015), seu livro de estreia, linguagem concisa, representações da infância e lirismo pungente. O percurso estético percebido em seu primeiro livro de contos pode ser encontrado, também, em seu segundo livro: O desespero do sangue (2018). Neste, observamos desde conflitivas relações familiares até problemas sociais complexos em contos sempre comprometidos com o que há de sucinto e de expressivo na linguagem literária. O livro inicia com o conto A casa dos Rosa, que apresenta uma narradora-personagem que rememora a casa evocada no tít...