Tarde de verão no Campus
K.A*
Karla e Paulo se conheciam desde os primeiros dias de faculdade, colegas de sala cujas interações até então se limitavam ao casual. Em uma tarde chuvosa de sexta-feira, quando a universidade se esvaziava, os dois se encontraram após uma aula de História da Economia, buscando na biblioteca o livro recomendado para a próxima atividade.
A chuva de verão, intensa e abafada, criava uma atmosfera quase densa, a umidade no ar tocando a pele com suavidade. A biblioteca, um edifício funcional da década de 1940, estava quase deserta, e o som da chuva contra as janelas acrescentava uma intimidade inesperada ao ambiente. Marcos, o bibliotecário, os guiou com seu habitual sorriso até a sala de obras raras, um lugar climatizado, reservado, onde poucos estudantes tinham permissão para entrar.
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