Foto: Paixão de Cristo da Batateira
É preciso descoisar as coisas que estão coisadas, pensar a arte e a cultura para além do belo, não se mantém vivo um titulo de cidade da cultura de pé sem manter seus artistas acreditando que é possível viver de arte. Quando se desobjetifica a cultura e se compreende que há uma vida por detrás daquela obra é possível valorizar o trabalhador da cultura, gerar renda e girar a economia da cidade.
O Crato foi um dos municípios contemplados com a Lei Aldir Blanc, que proporcionou aos cratenses possibilidades de planejamento e execução de trabalhos, além da geração de renda e fomento à economia. Cerca de 88 agentes culturais / grupos tiveram acesso a recursos públicos voltados a cultura no Crato através da Lei Aldir Blanc entre o fim de 2020 e inicio de 2021.
Quando se pensa em politica pública para cultura, nunca na história do Brasil tivemos tanto dinheiro investido em vidas e que por ventura vida em abundância através da arte e da cultura como foi a Lei Emergencial da Cultura, a Lei Aldir Blanc.
Através desta lei foi possível circular renda por diversas mãos e diversos lares, Joãos, Cíceros, Ismaeis, Marias e Josés, Brasil adentro passaram de voluntários, carregadores de cadeiras, a profissionais remunerados da cadeia econômica da cultura.
Sim, 2% ainda é pouco, precisamos de boa vontade e mão na massa para tornar um percentual fixo, justo e leal ao título de cidade da cultura. Precisamos de uma politica de Estado que garanta vida e abundância para os fazedores de cultura.
Ricardo Silva
Fazedor de arte
Geógrafo
Especialista em Educação Pobreza e Desigualdades Sociais