Alexandre Lucas*
Sair peregrinando, vasculhando na carne o lugar sagrado, dividindo tempo, espaço e fazendo procissão de sorrisos. Espalhando-me de acolhimento e esperança. Deslizando a língua na gramática do corpo. Pondo-me livro para livremente ser lido. Ofertando-me flor e selvageria para te revirar. Intenso navego na terra e na subjetividade das borboletas. Cacheado embaralho teus gemidos. Escorro nas tuas estradas. Pego teus olhos, guardo para os momentos de saudade e os atiço para o presente.
Um baú sem trancas. Deixo-me aberto, quando quero. Quero! Peregrina, revira. Endurece a carne, amolece o afeto. Movimenta, goza, uma, duas, três vezes, perde a conta. Espalha poesia. Respira. Amanhã, deixo dois poemas, um escondido no teu vale sagrado e outro na praça junto com uma roseira vermelha.
Sobre o autor:
Alexandre Lucas
*Alexandre Lucas é escrevedor, articulista e editor do Portal Vermelho no Ceará, pedagogo, artista/educador, militante do Coletivo Camaradas e a integrante da Comissão Cearense do Cultura Viva.