Alexandre Lucas*
Os poemas se espalham na mesa. Leio o teu último beijo escrito na porta e acendo as fogueiras que nascem em mim.
Você lia Marx enquanto eu pensava em decodificador tuas curvas, acessar os botões dos teus sussurros. Já era tarde, próximo da madrugada, o corpo já não correspondia os desejos e a manhã começava mais cedo, prometia poucas paradas.
Poderíamos nós encontrar nos sonhos, mas isso não é algo de se combinar. Se pudesse marcaria um encontro após cada encontro. Encontraria você nas nuvens, brincando nua, de sonho e fogo. Te sugaria até dormir dentro sonho.
Pela manhã, mando uma mensagem cheia de sonho e fogo para incendiar teus olhos e desconcentrar Marx. Os Molotovs da ternura estão em chamas, queimando as muralhas da frieza.
Sobre o autor:
Alexandre Lucas
*Alexandre Lucas é escrevedor, articulista e editor do Portal Vermelho no Ceará, pedagogo, artista/educador, militante do Coletivo Camaradas e a integrante da Comissão Cearense do Cultura Viva.