Letícia Isabelle Alexandre Filgueira
Nascida em 14 de junho de 1940, em Teresina, capital piauiense, Francisca Miriam Aires Fernandes, casada, mãe e aposentada da Delegacia Regional do Trabalho no Piauí, residente em Teresina, é poeta e escritora brasileira. Em suas obras trata de temáticas com fortes influências da religião, mas também vislumbram aspectos ligados ao mundo sensível, como as transformações físicas do ser e do universo infantil feminino, a sensualidade da mulher, os prazeres da natureza e a dicotomia cidade-campo, além de ressaltarem a perspectiva ecológica, como uma das vozes pioneiras neste tema nas letras piauienses, com poemas de teor ligado às preocupações quanto ao meio ambiente publicados desde a década de 1980.
Morou com a família no munícipio de Valença, também no Piauí, onde teve muito contato com a natureza, retratada em vários de seus poemas e obras literárias. Seus familiares tiveram residência fixa em Teresina em 1956. Formou-se em contabilidade a nível médio (antigo 2º grau). É membro da União Brasileira de Escritores do Piauí (UBE/PI).
Publicou alguns poemas como “Caminhos; “Caminhos mais”; “Correspondências de A. Tito Filho para Francisca Miriam”, “Jéssica, minha neta” e “Mensagens para A. Tito Filho”, além de “Tópicos emocionais (sendo parte integrante do livro Passarela de Escritores) e “Algumas emoções, dentre tantas, que foram registradas a respeito do seu neto Victor Hugo”, como também “Poemas sem título para Maria Miracir Aires de Carvalho”.
Francisca Miriam participou de várias antologias no Brasil, dentre as quais: Nova Poesia Brasileira (edições 1987-1988); Poesia em Oração (edição 1988); Antologia Sonoro (1ª e 2ª edição), além de ter publicado diversos poemas e artigos no jornal “O Dia”, do estado do Piauí.
Miriam em seus muitos escritos, criou frases de grande efeito reflexivo, uma delas foi sobre a escrita e a leitura: “Quem estimula a leitura e a escrita também contribui para a cidadania de todas e todos e assim, para um mundo melhor.” Nessa assertiva, Miriam nos faz pensar sobre a importância de ler e escrever, de estimular alguém a ler, contribuir na escrita de uma pessoa, se aperfeiçoar na alfabetização da humanidade para, dessa maneira, termos uma sociedade mais sabida das informações, mais estudada e mais esperta para o aprendizado.
Também, podemos observar o senso de riqueza que Miriam expressava em uma de suas obras já citada acima, que é no livro “Mensagens para A. Tito Filho:
O único bem que possuo, além da minha cabeça, da ausência de ódio,
de maledicência e de inveja na minha humilde personalidade. Se isto é
ser burguês, sou burguês sem roubar. Não faço pregação esquerdista,
condeno a injusta sociedade humana de nosso tempo, constituída de
muitos ricos, poucos remediados e incontáveis miseráveis. Não levo
vida de grandeza nem conheço prestígio e opulência de marajá.
Francisca Miriam, poeta inspirada em ambientes naturais, no que é simples, leve, admirável, nos ensina em suas obras, como é importante desenvolvermos a sensibilidade humana, a empatia, ter prazer na natureza, na beleza da cidade e na beleza do campo, enfim, admirar o que é admirável.
Fonte:
MIRIAM, Francisca. Mensagem para A. Tito Filho. Edição da autora, Teresina, 1997.