Por Alexandre Lucas*
Nos últimos anos vem se consolidando uma política pública estruturante para a cultura no estado do Ceará. Ampliou e descentralizou a quantidade de equipamentos no estado, investiu no fomento, com a ampliação e diversificação da política de editais, criou o Sistema Estadual de Cultura, o que vem possibilitando fortalecer os mecanismos de controle e participação social, planejamento participativo da política pública e ampliação dos recursos. O norte da gestão na Cultura tem sido a promoção dos direitos humanos e culturais, o que tem possibilitado a inclusão, transversalidade e circularidade da economia da cultura. É a continuidade desta política cultural que defendemos com ampliação e como vetor estruturante de uma política de estado com caráter emancipatório.
Ao defender essa continuidade, enquanto perspectiva de projeto político para o cultura no Ceará, se faz necessário afirmar a necessidade de uma frente ampla da cultura que aglutine as/os brincantes, as/os artistas das diversas linguagens, as produtoras e os produtores, as gestoras e os gestores, as pesquisadoras e pesquisadores, as candidaturas a deputados e deputadas estaduais e federais comprometidas com a pauta cultural.
Essa frente precisa ser mais ampla ainda, e deve ser um chamado para a diversidade religiosa, as/os patriotas, as/os democratas, as representações das associações de moradores e do setor produtivo e os amplas frentes dos movimentos sociais. Os segmentos da cultura e a esquerda sozinha não aglutina força suficiente para derrotar o perigo que amedronta a democracia no país e no nosso estado.
Um delegado candidato a deputado federal, pelo PL (22), partido de Bolsonaro, neste 7 de setembro, ganhou notoriedade nos veículos de comunicação, ao dar o tom da cultura que está em jogo “Se a gente não ganhar nas urnas, nós vamos ganhar na bala”.
Essa frente da cultura ao defender a candidatura do Elmano, do Partido dos Trabalhadores (PT), se coloca frontalmente contrária à candidatura que representa Bolsonaro no Ceará: Capitão Wagner.
Precisamos derrotar o discurso e a prática do ódio e da violência, as bandeiras da exclusão e antidemocráticas devem ser combatidas. Deus, Pátria, Família é uma fake News contra os princípios humanitários, o desenvolvimento nacional produtivo e a família enquanto espaço de humanidade e de acolhimento. Essas três palavras apregoadas pelos alinhados de Bolsonaro já foram defendidas em outros momentos truculentos da nossa história: a ditadura militar que perseguiu, enlouqueceu, torturou e matou aquelas e aqueles que ousaram defender a democracia e a liberdade.
É contra essa cultura que não fortalece as liberdades democráticas, a diversidade e a pluralidade artística, literária e cultural, que promove o medo, o assistencialismo e amputa a criatividade do nosso povo, a qual demoniza a distribuição da renda, do emprego, da terra e de felicidade que nos colocamos contrário. O projeto que representa o fascismo e o bolsonarismo no Ceará deve ser escanteado e para isso é preciso uma frente ampla e unidade.
Bolsonaro e Capitão Wagner tem já repúdio de amplos setores da cultura, pelo que vem promovendo: ódio, violência e retiradas de direitos. Os Pontos de Cultura do Ceará, por exemplo, demonstram combatividade ao rejeitar em carta aberta os dois inimigos da cultura e da democracia.
Elmano é a candidatura que representa Camilo Santana e Lula, por conseguinte, os avanços dos índices sociais dos seus governos. Ele reúne o conjunto de forças políticas e sociais capaz de consolidar e ampliar uma política de estado estruturante, inclusiva, transversal, inovadora, híbrida, diversa, plural, democrática, desenvolvimentista e emancipatória. O que está em jogo, não é o nome do Elmano, mas a defesa de um projeto de política de cultura e de cultura política em que o povo seja o seu próprio representante.
*Pedagogo e artista/educador