Shirley Pinheiro
“Meu nome é Gal
E eu amo igual
Ah, meu nome é Gal
Meu nome é Gal
Meu nome é Gal”
Poucos a conhecem como Maria da Graça Costa Penna Burgos. E menos ainda são os que não a conhecem como Gal Costa, a baiana que canta e encanta ao interpretar letras memoráveis, com sua voz inconfundível.
Nascida em 26 de setembro de 1945, em Salvador, Gal Costa é libriana. Mas, ao contrário de boa parte das pessoas que dividem o mesmo signo, Gal foi muito decidida em sua vida (na análise desta outra libriana que vos fala e pouco entende de astrologia, mas que se treme por completo defronte a uma tola decisão a ser tomada). Acontece que Gal nunca teve dúvidas sobre qual rumo dar à sua vida. Em uma entrevista ao programa global Conversa com Bial, a baiana afirmou que se enxergou como cantora profissional pela primeira vez aos sete anos, quando viu uma cena pela janela:
“Eu estava sentada na janela, e a garotada da rua, os amigos da gente, estavam ali brincando. Aí passou um carro, e tinha uma TV local da Bahia com produção de cantores. A garotada correu para pedir autógrafo num pedaço de papel, e o cara escreveu um nome. Eu olhei e achei uma bobagem as pessoas pedindo assinatura num pedaço do papel. Mas me vi no futuro dando autógrafo, foi uma projeção”.
Dito e feito!
Sua carreira musical começou nos anos 60, ao lado de Gilberto Gil e dos irmãos Maria Bethânia e Caetano Veloso, uma das maiores parcerias da música popular brasileira, quatro baianos fazendo sucesso juntos, um grupo conhecido como Doces Bárbaros. Ainda ao lado de Caetano e Gil, Gal Costa se tornou um dos maiores nomes do Tropicalismo brasileiro e liderou a resistência artística do movimento. São dela as duas músicas que ficaram consagradas como os maiores clássicos do movimento, “Divino, Maravilhoso” e “Baby”.
“Não sei, comigo vai tudo azul
Contigo vai tudo em paz
Vivemos na melhor cidade
Da América do Sul
Da América do Sul
Você precisa
Você precisa
Não sei
Leia na minha camisa
Baby baby
I love you”.
Em mais de 50 anos de carreira, Gal Costa é dona de um extenso repertório, repleto de músicas consagradas pelo público e pelos especialistas no assunto. Foi sete vezes vencedora do prêmio de melhor cantora do Troféu Imprensa e em 2011 ganhou o Prêmio Grammy Latino à Excelência Musical. A cantora baiana coleciona parcerias com artistas de todos os estilos musicais. Luiz Gonzaga, Marília Mendonça, Cazuza, Chico Buarque e Djavan, são alguns dos nomes que gravaram músicas com ela.
Ouvir as canções de Gal Costa é se debruçar sobre a “voz de uma mulher sagrada”, banhada sob “Chuva de Prata que cai sem parar” e que transforma “Palavras no Corpo” em poesias para a eternidade.