Shirley Pinheiro
Joaquim Manuel de Macedo, foi médico, jornalista, escritor, professor, teatrólogo, poeta, romancista, literato, memorialista e político. Um homem de muitas facetas, cuja carreira literária foi promissora desde o princípio. Considerado por muitos críticos como o fundador do Romantismo no Brasil, Dr. Macedinho, como ficou conhecido mais tarde, conquistou o público leitor carioca já com sua primeira publicação, A Moreninha, sua obra-prima e o primeiro romance romântico do Brasil, um marco para nossa literatura, que deu ao seu criador a qualidade de ser o autor mais lido de sua época.
De linguagem simples e trama fácil, A Moreninha é um retrato fiel dos hábitos da classe burguesa carioca no século XIX, com descrições dos costumes da sociedade, suas festas e tradições. Tais características renderam a Joaquim Manuel de Macedo a denominação de cronista de seu tempo, que acrescia, em seus romances, pequenas intrigas de amor e mistério, que sempre levavam o leitor ao final feliz e à vitória do amor.
No Brasil, o Romantismo chegou pouco depois da independência do país, quando os autores da época se mobilizaram para criar uma nova estética literária que valorizasse as características locais, se afastando dos moldes europeus e buscando uma arte realmente brasileira, cujo principal nome foi o cearense José de Alencar, que tinha o intuito de representar, através da ficção, toda a variedade do país. Joaquim Manuel de Macedo se destacou na fase urbanista do movimento romântico, também conhecido como “romance de costumes”, que retrata o cotidiano da elite burguesa carioca, sob a narrativa de uma história de amor.
Joaquim Manuel de Macedo nasceu no dia de São João, 24 de junho de 1820, em Itaboraí, no Rio de Janeiro. Embora formado em medicina, nunca exerceu a profissão, seu encantamento, no entanto, foi pelo magistério, por anos foi professor de história no Colégio Pedro II. Mantinha um relacionamento muito próximo com a família real, chegou a ser preceptor dos filhos da princesa Isabel, além de sócio fundador, secretário e orador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, criado com o intuito de fomentar a pesquisa e preservação histórico-geográfica, cultural e de ciências sociais com a publicação ou arquivamento dos documentos necessários para a História e a Geografia do Brasil. Autor de Moço Loiro (1845), Os Dois Amores (1848) e As Mulheres de Mantilha (1870), também enveredou seus caminhos pelos rumos da política. Membro do Partido Liberal, por anos foi deputado provincial e deputado geral. Mas o que o eternizou em nossas memórias foi a sua produção literária, que abrange os gêneros romance, poesia, teatro e memórias. Em 1849, ao lado dos escritores Gonçalves Dias e Porto Alegre, fundou a Revista Guanabara, onde publicou grande parte de sua obra poética, A Nebulosa (1857). Uma das maiores figuras da literatura, Joaquim Manuel de Macedo encanta pela simplicidade no estilo de sua escrita.