Nascida em 12 de outubro de 1810, Nísia Floresta, além de escritora, foi considerada a primeira educadora feminista do Brasil. Seu verdadeiro nome é Dionísia Gonçalves Pinto, mas adotou tal pseudônimo como uma homenagem: Floresta em alusão ao local em que nasceu (Papary, no interior do Rio grande do Norte), Brasileira como símbolo da sua tendência patriota e Augusta em referência ao seu marido do segundo casamento Manuel Augusto de Faria Rocha.
Sua carreira como escritora começa com a publicação de uma coleção de artigos em um jornal de Pernambuco, em que tece considerações sobre a posição da mulher diante da sociedade. Seu primeiro livro chama-se “Direito dos Homens e Justiça das Mulheres”, uma livre adaptação à realidade nacional da obra Vindication of the Rights of Woman, da escritora britânica Mary Wollstonecraft. Para além das suas convicções feministas Nísia Floresta abraça a defesa dos direitos dos povos indígenas e também dos escravos participando de movimentos abolicionistas e republicanos. Ao todo foram 15 obras publicadas que compreendem estas temáticas incorporadas à valorização das belezas do seu país.
Em um contexto de privação à educação feminina ou limitação aos ensinamentos de costura, cuidados com o lar, boas maneiras ou condutas morais que produziriam uma boa mãe e esposa, Nísia Floresta ousou fundar o “Colégio Augusto”, no Rio de Janeiro, onde ministrava aulas de gramática, escrita e leitura da língua portuguesa, francesa e italiana, ciências naturais e sociais, matemática, música e dança destinadas ao público feminino. É importante destacar que este colégio era reconhecido pelo seu elevado nível de ensino.
No ano de 1948, o município de Papari passa a se chamar Nísia Floresta. Em 2012, foi criado o Museu Nísia Floresta, no centro desta cidade, em casarão do século XIX) com o propósito de preservar a memória de sua filha ilustre, além promover atividades artísticas e incentivar o turismo.
Nísia Floresta compreendeu a figura feminina como relevante a sociedade por ser detentora de uma personalidade essencial ao desenvolvimento coletivo e que carecia tanto quanto os homens da educação científica. Que ela seja lembrada como símbolo de resistência e que a leitura de suas obras possa contribuir para fortalecer a luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres.