Alexandre Lucas*
A imaginação é uma fábrica de delícias também. Deposite a fartura de sorrisos que não caibam nos olhos, misture com algumas mentiras e sacuda com os oráculos das estrelas. Se engane, nem que seja só por uma tarde, talvez adentre a noite os ruídos de brilho.
A embriaguez e a lucidez se entrelaçam. Desconheço os caminhos que podem chegar aos seus lábios, estão distantes como a lua, as vezes a gente acha que ela cabe na mão. A distância da realidade é sempre enganosa.
Enquanto escuto música cubana, tento convencer a distância que faz canto de sereia. Como chocolate, sinto a maciez do seu doce. As roseiras continuam na varada se expondo, estão em oferta. O chocolate, a música e o corpo ausente me fazem passear pela beira dos teus seios. Os meninos atrapalham o meu passeio com seus gritos, volto a realidade.
A fábrica ainda produz sonhos, apesar de quase entrar em falência.
Sobre o autor:
Alexandre Lucas
*Alexandre Lucas é escrevedor, articulista e editor do Portal Vermelho no Ceará, pedagogo, artista/educador, militante do Coletivo Camaradas e a integrante da Comissão Cearense do Cultura Viva.