Karla Victoria*
Oh Barbalha, canta tua origem
relembra teus ancestrais, filhos de uma linhagem preta.
Oh Barbalha, conta tuas construções
construídas com o suor da mão negra.
Oh Barbalha, conta tua história!
Tua linhagem grita sangue, dentro do casarão esse grito se expande.
como um vendaval carregando as folhas.
No teto suas marcas de chicotadas
a marca da mão escrava
em túneis escondidos.
E dentro dos canaviais, verdes por instinto
a sobrevivência é banal a violência mortal
Em sua avenida principal
A Igreja Matriz se encontra no meio central.
Muita gente ajoelha e pede o perdão e a procura de um milagre vai uma multidão.
Oh Barbalha, conta tua história
sem encobrir memórias.
Oh Barbalha, mostra tuas raízes manchadas de sangue.
Oh Barbalha, canta tua dor que vem da alma
Oh Barbalha, não canta só tuas vitórias. por favor…grita tuas derrotas
Mostra tua face
além dos verdes canaviais
mostra o pau de açoite
e as raízes de sangue preto
mostra a verdade
e a versão que poucos sabem.
Oh Barbalha, canta tua origem
relembra teus ancestrais, filhos de uma linhagem preta.
Oh Barbalha, conta tuas construções
construídas com o suor da mão negra.
Oh Barbalha, conta tua história!
*Presidente licenciada da União da Juventude Socialista – UJS/Barbalha e candidata a vereadora pelo Partido Comunista do Brasil – PCdoB.