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Neste Domingo (10), O Ponto de Cultura Coletivo Camaradas realiza homenagem aos 100 anos do poeta, contista e romancista cearense José Alcides Pinto. O encontro ocorre às 17hs na sede do Coletivo Camaradas.
Apesar de ser um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, ao lado de Gerardo Mello Mourão e Osman Lins, José Alcides é ainda pouco conhecido. Natural de São Francisco do Estreito, atual Parapuí, distrito de Santana do Acaraú, o artista possuía um espírito inquieto, tendo morado em Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro, além de voltar por alguns anos à fazenda Terras do Dragão, no Acaraú.
Escreveu mais de 50 livros, desenvolvendo uma literatura que se passa na caatinga do norte do Estado e no centro da capital de Fortaleza, nos hospitais e sanatórios do Rio de Janeiro, e nos mangues e pontes de Recife. Desenvolvendo toda uma mitologia pessoal, o artista transformou a própria vida em obra literária.
José Alcides Pinto passou cerca de dez anos vestido com o hábito de franciscano, ao pagar promessa para curar-se de uma grave enfermidade. Se tornou conhecido na cidade como santo, poeta, maldito e louco. Fazia figura na Praça do Ferreira, centro nevrálgico de Fortaleza. Era o beato que convivia com as putas do centro de Fortaleza.
Em 2008, com 84 anos, morreu atropelado por uma moto na frente da Casa do Barão, atual Vila das Artes, na Praça da Bandeira. Levava consigo as provas de seu último livro, o belíssimo Diário de Berenice (2008).
Grande parte dos poemas de Alcides gira em torno da “dialética do pecado”. Dizia-se um cristão primitivo e por parte da crítica é associado à geração de 1945, com forte influência do simbolismo francês, ecoando a literatura de Conde de Lautréamont, Gérard de Nerval e Antonin Artaud. Costumava citar Augusto dos Anjos.
SERVIÇO
Homenagem a José Alcides Pinto
Data: 10/09/2023
Horário: 17 horas
Local: Sede Coletivo Camaradas (Rua Monsenhor Joviniano Barreto 350, no bairro Gesso da cidade do Crato, Ceará).