Alexandre Lucas *
As borboletas enfeitam os olhos, mas não são enfeites. Simetria, composição de cores, delicadeza e quase sem peso. Borboletas não são para abraços, imagina para estômagos. As primaveras são bonitas, têm mais flores e borboletas.
Flores e borboletas são para encontros passageiros. Talvez sejamos passageiros de algum momento, mas se o tempo não para, estamos sempre passando.
Passar, às vezes é tão fácil, como se desfazer de teias de aranha, mas a história não mostra apenas os fios frágeis das aranhas, nem a vida curta das flores e borboletas.
As marcas do tempo são tatuagens recontadas por lobos e cordeiros. As flores e borboletas algumas vezes desaparecem nessas histórias, em outras ganham força de rochas duras pelo tamanho da sua suavidade.
As rochas duram mais do que as borboletas e flores. O que seria da poesia se existisse apenas rochas?
Sobre o autor:
Alexandre Lucas
*Alexandre Lucas é escrevedor, articulista e editor do Portal Vermelho no Ceará, pedagogo, artista/educador, militante do Coletivo Camaradas e a integrante da Comissão Cearense do Cultura Viva.