Carta para lembrar da verdade
Alexandre Lucas
Filho,
Ando morrendo de vez em quando. O mundo anda perigoso. A palavra mata mais que fuzil, não é exagero. A palavra ordena a morte e o sepultamento da esperança. O amor à humanidade é contestado. A mentira se espalha mais que a poeira e assim fica difícil de compreender a verdade.
Ainda estou vivo e mortinho da Silva. Tenho alguns desaforos para entregar. Preciso acolher os sonhos alheios e os meus, já que os assassinos estão de plantão e vestem a balança da justiça.
Filho, algo difícil na vida é tecer a verdade. Minta só quando for para sobreviver, assim como fez a guerrilheira urbana que se tornou presidenta do Brasil, mentiu como ato heroico para salvar vidas, inclusive a sua.
Filho, essa conversa de morte é só para reafirmar o desejo de viver e de const...