Despeje poesia na carne
Alexandre Lucas*
Poesia com carne, um pouco de vinho. A lucidez é uma loucura. Costurava a pele com respiro e algodão. O suor escorria como banho. Teus olhos de pérola me davam sede. Saímos com marcas que as lembranças desejam.
Já perdi a conta das camas, dos muros e da tentativa de ser feliz. Estamos em trânsito, em transe e transbordando de alguma coisa, buscando a distância do frigorífico, onde as carnes estão mortas e não existem trocas.
Quero a poesia dos teus olhos e tua língua descrevendo exclamações e vírgulas. A gramática do corpo é marginal, cheia de doces atritos, alguns rios, erupções, riscos e outros acréscimos da escrita dos corpos. Um gole de reticências, enquanto lembro da maestria da poesia da tua dança e do teu canto indecifrável. Catamos nossa bagunça, sem a mão...