Brincar de construir renovação
Alexandre Lucas*
Estava de vermelho, uma camisa dizendo quem era, uma cueca acochada, isso pouco importa. Chovia, as folhas tomavam banho. As pétalas murchas se despencavam. Tomava café, olhava as plantas molhadas com gosto de ternura, talvez a ternura tenha cara de chuva, de banho bem tomado. Da varanda via os contrastes, a cidade fatiada. As flores enfeitando as ruas esquecidas. Os prédios grandes engolindo as casas dos tamanhos dos corpos. A mãe insultando a filha e guardando o amor para outros dias. O sanhaço veio provar da banana, gostava de ver os pássaros próximos, mesmo sabendo que a sua liberdade é uma narrativa mentirosa, ele não faz o que quer, mas o que é possível, voa para onde pode e escolhe os lugares de pouso, faz a sua defensiva.
A chuva deu uma trégua e o sol f...