Tag: Escritor

Caio Fernando Abreu, o arauto dos excluídos
Literatura

Caio Fernando Abreu, o arauto dos excluídos

Shirley Pinheiro "não, não estou desesperada , não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca, nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída". (Os Sobreviventes, 1982) Não faz muito tempo, desde que me deparei com a escrita de Caio Fernando Abreu. Foi numa dessas madrugadas recorrentes, em que o sono deu lugar à melancolia e que nem uma música ou leitura parecia capaz ou suficiente para me tirar daquele estado de desinteresse. Mas como a poesia não desiste de mim, quando abri o Spotify, para tocar uma playlist qualquer, um podcast chamado poesia ao pé do ouvido se anunciou na tela do meu telefone. E, como quem não quer nada, abri aquele perfil e fui me deixando envolver pela interpretação da narradora, que, a cada episódio,...
A visceralidade de Caio Fernando Abreu
Literatura

A visceralidade de Caio Fernando Abreu

Luciana Bessa Visceral. Essa é a palavra que eu usaria para representar Caio Fernando Abreu, escritor, dramaturgo e jornalista, que aos seus pares, desejou “uma fé enorme em qualquer coisa” (penso que apreciava “Andar com fé”, de Gilberto Gil), e que, em troca, desejava o mesmo: uma fé em “qualquer coisa maravilhosa”, que o fizesse acreditar em “tudo outra vez”. Premiada. Essa é a palavra que eu usaria para falar da obra de Caio Fernando Abreu. Em 1996, recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro Orelhas Negras. Em 1989, por Os Dragões não Conheciam o Paraíso. Em 1984, foi a vez de O Triângulo das Águas. Como se não bastasse em 1982, Morangos Mofados, foi eleito pela Revista Isto É como o melhor livro do ano. Angústia. Essa é a palavra que usaria para representar a obra de estreia de Caio ...
Vejo Música e Literatura em você: Chico Buarque
Literatura

Vejo Música e Literatura em você: Chico Buarque

Luciana Bessa Chico Buarque é um desses artistas que usa a palavra, musical e literária, para dizer o que lhe vai n’alma. Como músico é conhecido por uma discografia extensa e diversa, que aborda desde questões sociais, passando por temáticas amorosas e envolvendo temas existenciais; como escritor, é legitimado pelo público e premiado pela crítica especializada. Nascido Francisco Buarque de Hollanda, em 19 de junho de 1944, o quarto filho do sociólogo e historiador, Sérgio Buarque, e da pianista e pintora, Maria Amélia, desde pequeno colecionava recortes de seus artistas favoritos. A família de artistas intelectuais foi essencial para que Chico seguisse pelo caminho musical e literário. Na música “Paratodos”, é possível conhecer um pouco mais da família de Chico: “O meu pai era...
Viva João Ubaldo Ribeiro
Literatura

Viva João Ubaldo Ribeiro

Luciana Bessa “À merda com essa gente, o que eles sabem? Ninguém sabe nada, ninguém estuda, ninguém pensa, todo mundo se compraz em repetir as besteiras que mais satisfazem suas neuroses e inseguranças”. (João Ubaldo Ribeiro)O espaço é pequeno para mostrar a vivacidade de João Ubaldo Ribeiro, romancista, contista e cronista, dono de uma escrita contundente sobre seu tempo. Nascido em 23 de janeiro de 1941, na ilha de Itaparica (BA), Ubaldo é filho de Maria Filipa Osório e Manuel Ribeiro, político e professor, que não concebia que uma criança, aos sete anos de idade, não soubesse ler e escrever. Contratou um preceptor para ajustar essa falha. A exigência de seu pai fez nascer, para além de um leitor profícuo, um escritor ganhador do Prêmio Camões e criador de uma obra celebrada pelo púb...
O amuleto
Literatura

O amuleto

Por Alexandre Lucas* Os dias estão cheios de pouca graça e as trilhas precisam ser refeitas. O mato cresceu e preencheu as passagens. Na mesa, os versos também crescem, mas a felicidade fica de castigo. O escritor escreve romances de açúcar, enquanto as nuvens formam imagens efêmeras. O descanso vai sendo adiado, mesmo assim o mato cresce. O horário passa, o escritor resolve incluir o amuleto para recompor a história. Mastiga um chocolate Ouro Branco, sorri, enquanto lê uma declaração de carinho. Escorre algumas lágrimas amarelas. A alegria passou perto. O amuleto é de rocha dura, mas a crença é mais forte ainda. O desejo pede calmaria para comer tranquilamente o poema da rua,  como se chupasse uma manga madura, onde   mãos e  rosto se amarelassem de prazer. O...
Nordestinados a Ler na Rádio Cafundó
Literatura

Nordestinados a Ler na Rádio Cafundó

✍️ Na programação da Rádio Cafundó, o Nordestinados a Ler vai homenagear o jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador Rui Barbosa. Nascido em Salvador no dia 05 de novembro de 1849, Rui Barbosa foi um dos intelectuais mais conhecidos e admirado em seu tempo, atuando em defesa do abolicionismo e na promoção dos direitos e garantias individuais. Notável orador e estudioso da língua portuguesa, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Participou da II Conferencia da Paz em Haia (Holanda) e notabilizou-se pela defesa do princípio da igualdade dos Estados. Por isso, recebeu o o epíteto de "O Águia de Haia". • Dia 12, sábado• Horário: 17h📻 Para ouvir, acesse o link: http://l.radios.com.br/r/179244
Alexandre Lucas lança Cabueta da Miséria
Literatura

Alexandre Lucas lança Cabueta da Miséria

O sexto livro virtual do escritor Alexandre Lucas será lançado no mês de novembro. O livro "Cabueta da Miséria" reúne uma coletânea de crônicas curtas produzidas entre 2021 e 2022. O trabalho literário de Alexandre Lucas é marcado pela crítica social e reflete a sua militância política. Lucas é militante comunista desde 1995 e, ao longo deste período, vem se dedicando ao trabalho da escrita e da democratização da leitura, através da sua atuação em escolas e no Coletivo Camaradas. Para a pesquisadora em literatura, Luciana Bessa, o livro livro fala do cotidiano com traços poéticos e reflexivos. Ela destaca que existe existe potência nas palavras usadas pelo escritor e ao mesmo tempo é evidente o seu engajamento social. "Cabueta da Miséria" será disponibilizado gratuitamente junto c...
Nordestinados a Ler na Rádio Cafundó
Literatura

Nordestinados a Ler na Rádio Cafundó

✍️ Na programação da Rádio Cafundó, o Nordestinados a Ler vai homenagear o poeta, cronista e romancista, crítico de literatura e de arte, musicólogo e pesquisador do folclore brasileiro, fotógrafo Mário de Andrade, paulista, nascido no dia 9 de outubro de 1893.Um dos idealizadores da Semana de Arte Moderno em 1922, mesmo ano que publica Pauliceia Desvairada. Contudo, sua obra-prima é "Macunaíma". Com Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Menotti del Picchia, formaram o grupo modernista que ficou conhecido como o Grupo dos Cinco.• Dia 08, sábado• Horário: 17h📻 Para ouvir, acesse o link: http://l.radios.com.br/r/179244
Um Espaço Para Domingos Olímpio
Literatura

Um Espaço Para Domingos Olímpio

Shirley Pinheiro Perto de Fortaleza, se localiza uma das mais povoadas cidades do Ceará. Considerado o segundo município mais bem desenvolvido do estado, não é de se estranhar que Sobral foi e é o berço de importantes figuras, que ganharam destaques nacionais. Em 1919, a terra, que a escritora Rachel de Queiroz adotou como lar, foi palco para um evento mundial, quando cientistas brasileiros, norte-americanos e britânicos se agruparam em torno da cidade com interesse em observar, registrar e estudar o eclipse total do sol que aconteceu em 29 de maio daquele ano. Tudo isso para comprovar a Teoria da Relatividade do físico alemão Albert Einstein. Comprovada a teoria do estudioso “gringo”, só nos resta a constatação de que Sobral é mesmo porreta.Destaque, não somente no âmbito científico, S...
Mário Quintana, o poeta das coisas simples
Literatura

Mário Quintana, o poeta das coisas simples

Shirley Pinheiro “Todos esses que aí estão Atravancando meu caminho, Eles passarão... Eu passarinho!” (Poeminha do Contra — Mário Quintana) Conhecido como o “poeta das coisas simples”, Mário Quintana nasceu em Alegrete, no Rio Grande do Sul, em 30 de julho de 1906. Poeta, tradutor e jornalista muito conceituado no cenário literário brasileiro, sua escrita é irônica, profunda e delicada, dividida em mais de vinte obras, dentre poesias e livros infantis. Sua primeira publicação foi em 1940, quando veio à luz o livro A Rua dos Cataventos, que reunia os sonetos da fase em que Mário Quintana mais teve influência parnasiana, com poesias marcadas pela perfeição técnica, uma característica da escola que o inspirou. Nesta obra, Quintana abordou diversos temas, versando com ...