Tag: Escritora

RACHEL DE QUEIROZ
Literatura

RACHEL DE QUEIROZ

Francinilda Santiago Lopes* Uma mulher afrente do seu tempo, assimdescrevo essa mulher nordestina que nosdeixou um grande legado. Romancista primeira mulher a entrar naacademia de letras do Brasil.Autora cearense de destaque na ficçãosocial e sempre foi,Carinhosa no seu jeito de falar, marcou ahistória como uma,Heroína, pois, lutou por um espaço queera somente masculino, se destacou com,Excelência na sua escrita, se tornando a,Literata mais prestigiada e estudada dopaís. Diva da literatura cearenseEscritora de resistência e imortal. Quixadá o lugar escolhido para suasinspirações pois,Urgente eram as denúncias que aescritora trazia nas suas obras literárias,Ela foi a primeira mulher a abrircaminhos para outras escritoras na ABLInesquecível em suas narrativashistóricas.Realista n...
Entrevista
Literatura

Entrevista

Nágila Freitas* 01. Nágila de Sousa Freitas, filha de agricultores, além de poeta, é dramaturga, Produtora Cultural e Curadora, compositora, professora-pesquisadora e liderança social. Conte-nos como é transitar por tantas áreas do conhecimento? Desde muito cedo tive uma certa projeção para falar de coisas que eu sabia, sentia, mas não sabia que já existiam dentro de uma forma estabelecida pelo dialógico percurso histórico da etimologia. Falo, especialmente, da compressão e dos conceitos das coisas atrelados à criatividade a partir de um cotidiano preenchido de brincadeiras e dores. Trata-se do paradoxal sentimento de ludicidade e realidade que foram moldando o meu estilo literário a um aspecto clássico, mas também rebelde. 02. A relação entre poesia e música sempre foi íntima. Na...
Entrevista com Karla Jaqueline Vieira Alves
Literatura

Entrevista com Karla Jaqueline Vieira Alves

Karla Jaqueline Vieira Alves* 01 - Karla Jaqueline Vieira Alves, Mulher Preta do Cariri cearense, além de mãe, é poeta insubmissa, anticolonial e libertária. Como se deu seu encontro com a leitura, especialmente, com a poesia? Eu aprendi a ler na escola, como a maioria das pessoas letradas em nosso idioma institucionalizado, mas, o meu verdadeiro encontro com a leitura se deu na rua através das placas, letreiros em fachadas de prédios, frases escritas nas placas dos caminhões de Romeiros, porque os meus primos andavam comigo perguntando o que estava escrito e eu os informava, momento este em que absorvia o sentido das palavras. Sabendo que eles continuariam a me perguntar quando novamente andássemos juntos pelas ruas, eu me adiantava lendo tudo o que por elas havia escrito, inclusive...
Cassandra Rios, a escritora maldita
Literatura

Cassandra Rios, a escritora maldita

Shirley Pinheiro* Sobreviver como uma pessoa LGBTQ+ no Brasil é uma luta diária. Tá aí a historiografia que não me deixa mentir. A perseguição de pessoas da comunidade na história do nosso país tem raízes profundas, influenciada por fatores religiosos, culturais e políticos que remontam ao período colonial. Desde o início da colonização portuguesa, o Brasil herdou leis e valores da Inquisição, que considerava atos homossexuais como crimes e pecados. No período imperial e início da República, atitudes e comportamentos considerados "escandalosos" ou contrários à moral pública eram usados para perseguir pessoas LGBTQ+ e, embora não houvesse uma legislação específica para punir a homossexualidade, havia um forte estigma social, e as autoridades frequentemente utilizavam leis sobre "atentado...
O que Luzilá Gonçalves Ferreira tem a nos dizer
Literatura

O que Luzilá Gonçalves Ferreira tem a nos dizer

Luciana Bessa* Luzilá Gonçalves Ferreira é uma dessas pernambucanas que acredita na “dúvida” para gestação do processo artístico. Não é à toa que escreveu sete obras, dentre elas Muito além do corpo (1988) e Os rios turvos (1993), ambos premiados nacionalmente, este último, agraciado com o Prêmio Joaquim Nabuco da Academia Brasileira de Letras, concedida a biografias.  A ocupante da cadeira nº38 da Academia Pernambucana de Letras nasceu em Garanhuns, “na terra do Lula”. Apesar de ter morado dez anos na França e quatro na Argentina (Buenos Aires), Recife é a cidade que faz pulsar mais forte seu coração. Leitora “obsessiva” de Goethe, Tchekov, Mansfield, Romain Rolland, Charles Morgan, Luzilá afirma que um determinado momento de sua vida passou a ouvir esses “seres extraordinár...
O poder da palavra
Literatura

O poder da palavra

Ludimilla Barreira* Maria Valéria Rezende conhece o poder da palavra e sabe como usá-la. Tive o prazer de conhecer sua narrativa através dos livros Cartas a Rainha Louca e O voo da Guará Vermelha. Em ambos, ela deixa claro que a escrita pode nos proporcionar a oportunidade de ser um e, ao mesmo tempo, vários, pois deixa ao leitor a difícil ou até prazerosa tarefa de extrair todas as camadas colocadas no texto. Como disse o poeta Fernando Pessoa: "Desejo ser criador de mitos, que é o mistério mais alto que pode obrar alguém da humanidade." Pois bem, Maria Valéria nos presenteia com três grandes mitos nessas duas narrativas. Com Maria Isabel, narradora-personagem de Cartas a Rainha Louca, a autora nos proporciona uma viagem ao Brasil colonial do século XVIII sob uma perspectiva diferen...
MEMÓRIAS DE LINCE
Literatura

MEMÓRIAS DE LINCE

Janir Ribeiro* 1.Além de historiadora, professora e, agora, escritora. Por que enveredar no mundo da escrita literária? Muitas pessoas me perguntam sobre os motivos que me levaram a querer escrever e publicar (mesmo depois dos 60 anos). Respondo que fui buscar inspiração na infância. E mais tarde, quando estudava alguns temas ou me deparava com alguma situação inconveniente, me pegava lembrando lá das minhas primeiras memórias e imaginação. Cenas e imagens de pessoas que me acompanharam por anos. Lendo os processos da história via lacunas e não encontrava respostas.  Comecei a fazer anotações já dentro de uma perspectiva decolonial. Eu tinha ideia dos temas que queria abordar. No entanto, desconhecia as estruturas narrativas e com tantas outras ocupações, engavetava os meus rascun...
Conceição Evaristo: acessando o mundo pelas palavras
Literatura

Conceição Evaristo: acessando o mundo pelas palavras

Luciana Bessa Ativista dos movimentos de valorização da cultura negra, Conceição Evaristo, mineira, nascida no dia 29 de novembro de 1946, é uma escritora multifacetada, que estreou como romancista com a obra Ponciá Vicêncio (2003), foi agraciada com o Prêmio Jabuti com os contos de Olhos D’água (2014) e se encontrou nos versos com Poemas de Recordação e Outros Movimentos (2017). Mãe lavadeira (Josefina Evaristo), tia lavadeira (Maria Filomena da Silva), desde muito cedo, Conceição Evaristo aprendeu a cuidar do corpo e da casa dos outros para sobreviver em meio a uma sociedade que não foi concebida para mulheres, tampouco, as negras. Aos setes anos de idade foi morar com a tia Filomena e o tio Totó para que a mãe tivesse uma boca a menos para sustentar. A privação do convívio mat...
As facetas de Lenita Miranda
Literatura

As facetas de Lenita Miranda

Luciana Bessa Helena Miranda de Figueiredo, ou simplesmente Lenita, é uma dessas mulheres, cuja infância foi rodeada de tintas, pincéis e telas, além de ter contato com artistas do Grupo Santa Helena, formado por imigrantes ou filhos de imigrantes, de origem humilde, que se opuseram ao intelectualismo modernista e a pintura acadêmica, tal como era ensinada nas escolas de belas-artes. Se é verdade o dito popular - “Diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és” - Lenita, que em contato com as Artes, hoje, aos 96 anos de idade, tornou-se escritora musicista, pintora, professora de História da Arte (aposentada), incentivadora cultural e jornalista. Nascida em 13 de setembro de 1927, ela descobriu, nas Artes, sua forma de contribuir para uma sociedade leitora, sobretudo, em que as m...
Jarid Arraes: uma peixinha-sereia
Literatura

Jarid Arraes: uma peixinha-sereia

Luciana Bessa Há quem diga que filha de peixinho, peixinho é. Eu sempre me pergunto se não seria certo dizer: filho de peixinho é o que ele quiser. Sendo Jarid Arraes filha de Hamurabi e neta de Abraão Batista, conhecidos por seus trabalhos com cordéis e xilogravuras, que caminhos ela poderia percorrer? Muitas são as possibilidades, mas Jarid resolveu palmilhar, não a estrada pedregosa de Minas Gerais, essa ficou para o poeta Carlos Drummond de Andrade, mas a de Juazeiro do Norte. Aqui, nasceu em 12 de fevereiro de 1991, mas, atualmente, mora em São Paulo e, embora tenha enfrentado inúmeros desafios e escutados muitos “nãos”, publicou As lendas de Dandara (2016), Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis (2017), Um buraco com meu nome (2018), Redemoinho em dia quente (2019) e, ma...