Estrelas em vasos de olhos
Alexandre Lucas
O vento sacudia as folhas. A varanda estava escancarada. Pela primeira vez, estendera uma esteira vermelha e almofadas de fuxico no chão. Olhava para os céus, limpos, e nos seus olhos, estrelas que me faziam dançar. A noite curta não cabia na canção.
Iluminado, seguia a noite. Tecia na tua boca a confidência das estrelas, enquanto arrancava os ponteiros do relógio e paralisava os instantes. Cada momento, cada hora, parecia três segundos — menos que isso.
Pela manhã, após o café tomado com estrelas e torradas, pinturas e flores, e adoçado com abraços, fechamos a varanda e deixamos os pássaros ventando o horizonte.
Abrimos a porta, convocamos a manhã para o bom-dia. Saímos clandestinamente pelas ruas, guardando histórias que só nossas estrelas conhecem.
Na esqu...