Éramos cinco
Tay Oliveira
Éramos cinco. Uma mesa, seis cadeiras, cinco lugares ocupados, e a sexta que sobrava era do bichano peludo cheio de preguiça.
Uma mesa, cinco pratos postos, cinco copos cheios, e cinco sorrisos se cruzando em gargalhadas estridentes. Uma história muitas vezes contada: a viagem ao Paraguai, o cabaré de Estelita de mi corazón. Sempre recebido por um: bienvenido brasileño hombre, ¿qué tal un poco de la caña? A mesma história, os mesmos ouvidos atentos e as mesmas risadas sinceras.
Na sala, eram dois sofás, cinco lugares, dois exclusivamente de um dos cinco que estava sempre ali naquele mesmo cantinho. A televisão no mesmo canal, mesmo volume, mesmo que em minutos fosse trocada por uma cochilada aqui e outra ali. Cinco pessoas em um só lugar.
Às vezes eram duas, ou uma...