Tag: ler

Ler é desnecessário
Literatura

Ler é desnecessário

Gracynha Rodrigues* Estava no Office Café sentado e ouvindo o som dos pássaros, e o barulho ensurdecedor dos carros frenéticos, que insistiam em passar e chegar ao seu destino, então escutei a seguinte fala: “LER É DESNECESSÁRIO”, e isso soou como uma agressão pessoal e coletiva, afinal para um apreciador das palavras ditas e não verbalizadas, isso realmente foi o fim da picada… de súbito pensei que deveria questionar o “ sujeito”, mas por um instante parei e resolvi recuar, pois seria perda de tempo, ele já tinha sua opinião formada, e nada do que dissesse naquele momento faria o indivíduo mudar de opinião, mas uma faísca se acendeu: Será que o sujeito tem razão? de repente algo gritou dentro de mim: NÃOO!!! Um não bem latente e petulante tomou espaço e me atrevi, passando a questionar...
Ler/Escrever: o passaporte da mulher
Literatura

Ler/Escrever: o passaporte da mulher

Luciana Bessa* Até meados do século XX, as mulheres não frequentaram a escola sob pena de “alguém” fazer-lhe algum mal. Por volta dos dezesseis anos, fase em que pais e filhos parecem não se entenderem, me questionava: que mal pode fazer uma mulher frequentar o ambiente o ambiente escolar? Que mal pode haver em aprender a ler e a escrever Quase uma década depois, descobri a resposta: um mal irreversível. Quando se lê, por exemplo, fica-se sabendo de fatos que, se não soubesse, permaneceria no “mundo das cavernas”, sem contestar nada nem ninguém. Fiquei imaginando se é por isso que, ao idealizar uma cidade ideal, a “República”, Platão expulsou os artistas. Para o filósofo, a Arte era uma ferramenta poderosa de criar efeitos no espírito humano. Em contato com as artes, criamos se...
Martelo quebrado
Literatura

Martelo quebrado

Alexandre Lucas* Acordei cedo, mas nem fiz a ginástica matinal, como é de costume. O corpo estava meio parado, a mente estava acelerada, mas o martelo estava batido.   Dormi sem calcinha e despertei árida de desejos, sem vontade alguma. Tenho muitos livros para ler e ainda sobra outros para escrever: uma coisa não impede a outra. O dia foi agitado, as costas parecem amassadas, sentei apenas uma vez para almoçar e foi rápido, nem tive tempo de mastigar.  Sentada. Resolvi tomar café para observar a rua, depois de desistir de outras vontades. Não tive fôlego. Enfim, sou a única chateada comigo, pelo menos hoje. A vendedora da padaria esboça cansaço. Verifica as unhas e vasculha com os olhos o chão.  Aguarda terminar o expediente.  O café esfriou. Já é tard...