Tag: Luciana Bessa

Maio, um mês com muitas reflexões e encontros
Cultura

Maio, um mês com muitas reflexões e encontros

Luciana Bessa* Na semana passada, escrevi um texto para essa coluna intitulado: “Maio, um mês com muitas reflexões”, em que abordava o Dia do Trabalhador e destacava o papel de dois trabalhadores em especial: o escritor e as mães. O primeiro, um lapidador de palavras. As segundas, de pessoas. Mas assim como mudam-se os tempos e as vontades, também se mudam os nomes dos textos. Por isso, na condição de autora, vou renomeá-lo: “Maio, um mês com muitas reflexões e encontros”. Justifico. Essa semana fui à Missão Velha acompanhar, de última hora, o projeto “Andanças PET Biblio”, da Universidade Federal do Cariri (UFCA). Esperava conhecer a Biblioteca Pública do município, mas encontrei algo ainda mais grandioso: o projeto União Popular pela Vida (UPPV), Organização da Sociedade Civil s...
<strong>O poder dos livros infantis</strong>
Literatura

O poder dos livros infantis

Luciana Bessa Muitos são os significados dos livros na minha vida. De acolhimento à libertação de crenças limitantes, esse objeto capaz de ter impresso em seu corpo palavras, constrói pontes, disseca corpos, aflora desejos e une humanos. À princípio, os livros me trouxeram alento, porque na infância eu supunha ser sozinha no mundo. Depois, mostraram-me outros universos paralelos, lá, encontrei outros eu(s). Ao descobrir que não estou (tão) só em uma sociedade que inverte valores, fragmenta sujeitos e apodrece relações, senti-me mais confiante para continuar palmilhando essa estrada pedregosa chamada vida. Os livros, assim como as águas que descem da cachoeira, têm molhado uma existência marcada por (muitos) desencontros e (poucos) encontros. Se a “literatura é uma saúde”, os li...
<strong>A Literatura Fantástica de Murilo Rubião</strong>
Literatura

A Literatura Fantástica de Murilo Rubião

Luciana Bessa O gosto pelas narrativas insólitas é tão antigo quanto a própria humanidade. Mesmo quando o homem não dominava essa técnica, tampouco a escrita, ele possuía a arte de contar histórias e, assim, muitas foram criadas, imaginadas e passadas de geração em geração. Há uma névoa que envolve o surgimento do fantástico, que ao longo dos séculos tem sido enriquecido pelo clima de mistério, de misticismo, pelas criaturas mitológicas, pela ficção científica, sobretudo os estados de espírito do homem que tem se modificado ao longo das décadas. É importante frisar que esse tipo de literatura sempre esteve relacionada aos elementos simbólicos que envolvem o homem e o espaço no qual ele está inserido. O que vem a ser a literatura fantástica? Nesse tipo de texto, ocorre um evento sobre...
O escritor e o público
Literatura

O escritor e o público

Luciana Bessa Para a existência de um texto ou de uma obra literária, pressupõe-se necessariamente alguém, um indivíduo, diante de uma folha em branco, com uma pena na mão, ou em tempos de modernidade líquida, na frente do computador, na tentativa de traduzir, em palavras, o que se passa em seu interior. Eis o escritor. Para isso faz-se necessário que ele ou ela - Clarice Lispector dizia que ao escrever não era homem nem mulher - seja imbuído de competência, domínio da técnica, capacidade imaginativa e criadora, inspiração e talento capazes de produzir obras que atravessem séculos e permanecem imortalizadas no âmago do leitor e do público. Às vezes, eu costumo imaginar os escritores como antigos navegantes indo em busca de aventura em altos mares. Eles se arriscariam no reino das ...
A força da mulher na obra Éramos Seis, de Maria José Dupré
Literatura

A força da mulher na obra Éramos Seis, de Maria José Dupré

Luciana Bessa No início do século XX, poucas mulheres tinham acesso à educação e ao espaço público, pois sendo consideradas seres inferiores estavam em casa servindo ao pai e, depois do casamento, ao marido. Marginalizadas, inferiorizadas, vistas muitas vezes como aberrações, a história das mulheres é marcada pela exclusão, pelo silêncio e pela subalternidade. Ser do sexo feminino era sinônimo de indolência, passividade e obediência às normas sociais. Logo, o cânone literário foi dominado majoritariamente por homens brancos e frutos de uma elite. Sem formação e informação a autoria feminina foi marcada pelo reducionismo. Por isso, é necessário compreender a participação da mulher ao longo da história, seja na condição de criadora, ou como criatura, haja vista que ela era retrat...
A força das mulheres Gattai
Literatura

A força das mulheres Gattai

Luciana Bessa* Publicado em 1979, ano em que recebeu o prêmio Paulista de Revelação Literário, a obra Anarquistas, Graças a Deus, da memorialista Zélia Gattai, com mais de duzentos mil exemplares vendidos, é o registro do nascimento da própria autora, sua infância e adolescência, mas é também um importante relato da imigração italiana na cidade de São Paulo, no início do século XX. Nesta obra, a “vida explode”, como diria o incentivador e marido de Zélia, Jorge Amado. Ao narrar a si, a escritora narra o(s) outro(s) – espanhóis, libaneses, portugueses - imigrantes como ela que viveram nos bairros do Brás, Bexiga e Mooca, - marginalizados por sua cor, por sua nacionalidade, por seus valores e suas ideias em construir um mundo sem hierarquias, baseado na cultura da autogestão, da solida...
<strong>Uma leitora e seu carnaval</strong>
Literatura

Uma leitora e seu carnaval

Luciana Bessa* Seja para quem gosta de folia ou para quem aproveita este feriado para descansar, o fato é que o carnaval é uma das expressões culturais mais festejadas e aguardadas pelos brasileiros. Sou a típica foliã que me aproveito do carnaval para desacelerar desse cotidiano exaustivo de acordar cedo, trabalhar oito horas (no mínimo) por dia, resolver pendências domésticas e, se não bastasse, ser cobrada pela sociedade para ser simpática, gentil e bonita. “Livre” de algumas obrigações, me concentro em mim mesma. A paz, o sono, a música e a leitura me preenchem de tal modo que, na quarta-feira de cinzas, assim como os foliões sofrem com o fim do carnaval, eu padeço com o retorno ao barulho do dia a dia. E como uma personagem clariciana, eu me torno outra que não eu mesma. D...
<strong>Rádio e Literatura: em sintonia com a palavra</strong>
Literatura

Rádio e Literatura: em sintonia com a palavra

Luciana Bessa Na minha adolescência, descobri o poder do rádio e o gosto pela música, principalmente, ao dormir. Embalada pelas melodias americanizadas da década de 80, construí um imaginário de como seriam os bastidores de uma rádio e de como seriam seus locutores. Esse momento nostálgico deve-se ao fato de que, em 13 de fevereiro, comemora-se o Dia Mundial do Rádio, data instituída há 77 anos, quanto da criação da rádio das Nações Unidas. O Dia Mundial do Rádio foi proclamado na conferência Geral da UNESCO, em 2011, com o objetivo de conscientizar o povo da importância do rádio, como um meio de comunicação rápido, democrático e acessível, capaz de levar a informação para lugares longínquos e inóspitos. Foi também uma forma que a UNESCO encontrou de melhorar a cooperação internac...