Tag: Luzes

Quase acordo os chineses
Literatura

Quase acordo os chineses

Alexandre Lucas* A cama guarda o cheiro das tuas flores. A taça de vinho continua em cima do baú que nos resistiu, ainda restam três dedos de vinho seco. Despejei um dedo para te escrever. As lembranças vão caindo, como tua roupa justa. Teu corpo nu espalhado sobre o meu. Belchior cantando baixinho, nós, tocando outras canções.  Você estava molhada de palavras. Escrevia com o dedo médio tuas contorções. Tua boca de puras verdades professava vontades. Procurava a nervura teus lábios para compor os teus gemidos.  As luzes acesas. Os beijos mordidos desligando os pudores. O cuidado para abanar os sonhos e amaciar a carne.    No banho, deslizo nas tuas costas:  cheiro e massagem. Entro entre tuas pétalas e toco as estrelas, aperto seus seios e qu...
Apagamos as luzes
Literatura

Apagamos as luzes

Alexandre Lucas* A borboleta surgiu entre sorrisos decotados. Manhã, vejo estrelas. Bebo o vermelho- arroxeado do suco de beterraba, está tudo vermelho. O alarme toca para o bom dia de girassol.  A promessa se cumpre.  A vida bate palmas para a esperança.  Você pergunta sobre o vinho e a embriaguez estão na conexão dos nossos versos. A borboleta dança entre a palavra e o escondido. O esconderijo dos desejos abre os braços com a timidez dos olhos pronunciados. A tranquilidade borda um lençol de traquinagem para repousar o cansaço ou para validar o embaraço dos corpos.  Escrevo a última carta dos amores impossíveis, mentira! A borboleta voa, aparece quando quer. O vinho já foi comprado, a lua faz rede, nós fazemos disfarces. As cartas estão na mesa, mas não nos ensina...