Café com ou sem internet?
Ludimilla Barreira*
Enquanto mexia o café na xícara com uma das mãos e rolava as novidades no Instagram com a outra, se deu conta de que conhecia pessoalmente quase todos que estavam nas fotos, já que, recentemente, desistiu de acompanhar pessoas que se autointitulam influenciadoras, pois acreditava que essa exposição onerava a fatura do seu cartão de crédito. Ainda por cima, questionava o termo “seguir” utilizado pelo aplicativo, que lhe trazia à lembrança as crianças seguindo o “Flautista de Hamelin”. Mas, infelizmente, tanta perspicácia não foi suficiente para livrá-la das armadilhas emocionais.
Assim como as tecnologias se aprimoraram para ler seus pensamentos de consumo, a mente dela, apurava as próprias vilanias, criando emboscadas cada vez mais elaboradas, colocando-a em espir...