Massageando poesia
Alexandre Lucas*
O mundo abriu as pernas, achava que nem pernas mais tinha de tão parado. Repentinamente, você se vê andando e cavalgando entre as pernas, o mundo anda. Ontem, estava apenas com teus pés, teu corpo seminu, a música de silêncio tocando alegrias.Teus pés e nada mais. Torneava de creme, cheiro e delicadeza, andava com a ponta dos dedos, as palmas das mãos e seu olhar descrevendo descobertas. Teu corpo seminu, mas eram teus pés que queriam tocar primeiro, fazer uma valsa, sentir a maciez da noite, tecer o sonho, alimentar o desejo. Dormir massageando a madrugada.Eram os teus pés que naquele instante, assumia a imensidão do teu corpo-mundo. A dimensão poética do gozo, a humanização da carne. Tem dias que quero apenas os teus pés e nada mais: não que eles me bastem, mas ...