Fuxico para as nuvens
Alexandre Lucas*
Gosto de não olhar para relógio. Que as horas se dilatem. Podemos abrir um vinho, despir à vontade. Ainda não tomamos vinho, café com canela, algumas doses, não importa o que bebemos. Ando me embriagando. Sento, encho um copo de esperança e me calo, enquanto bebo as suas conversas cheias de olhos e mãos. Zonzo, subo na mesa, convoco a eternidade, mesmo que ela demore trinta minutos.
A eternidade é uma embriaguez, prefiro acreditar que ela demora trinta minutos, um pouco menos. Nada é eterno, apesar da discordância. Atravessado pela linha da ternura, fuxico sorrisos para nuvens e declaro que a terra privatizada priva os corpos de liberdade.
Quase hora de dormir. Lembro dos teus olhos verdes e das luas comidas. Um vinho barato, desconheço das uvas e dos ...