Contos do lírico que fere: O desespero do sangue, de Zélia Sales
Émerson Cardoso
O Ceará tem revelado nomes significativos em sua produção literária contemporânea. Nesse sentido, um nome que merece toda atenção é o de Zélia Sales. A autora, que tem participação em coletâneas diversas, aponta n’A cadeira de barbeiro (2015), seu livro de estreia, linguagem concisa, representações da infância e lirismo pungente.
O percurso estético percebido em seu primeiro livro de contos pode ser encontrado, também, em seu segundo livro: O desespero do sangue (2018). Neste, observamos desde conflitivas relações familiares até problemas sociais complexos em contos sempre comprometidos com o que há de sucinto e de expressivo na linguagem literária.
O livro inicia com o conto A casa dos Rosa, que apresenta uma narradora-personagem que rememora a casa evocada no tít...