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Além do que os olhos veem
Literatura

Além do que os olhos veem

Amelie Alves* você me perguntas, - oh! Por que guardar rosas murchas? sendo que seu brilho e esplendor já passaram, igual o sol se pôs! - eu lhes digo meu belo, em todos existem beleza, basta enxergá-los de outra maneira! igualmente como um falecido parente em seu túmulo, admiramos seus feitos mesmo sem o ver. para mim, o que me importou não foram as rosas, e sim seu ato de dar-me.  Sobre a autora: Amelie Alves *Atualmente, tenho 12 anos e sou novata no sétimo ano do Colégio Municipal, Crato. Sempre tive um certo interesse na literatura e me tornei poeta em 2023, porém nunca tive coragem de publicar minhas obras. Esse ano, na intenção de experimentar novas coisas, tomei a iniciativa de publicar alguns de meus poemas em minha rede social. Mas, com o incentivo...
Despeje poesia na carne
Literatura

Despeje poesia na carne

Alexandre Lucas* Poesia com carne, um pouco de vinho. A lucidez é uma loucura. Costurava a pele com respiro e algodão. O suor escorria como banho. Teus olhos de pérola me davam sede. Saímos com marcas que as lembranças desejam. Já perdi a conta das camas, dos muros e da tentativa de ser feliz. Estamos em trânsito, em transe e transbordando de alguma coisa, buscando a distância do frigorífico, onde as carnes estão mortas e não existem trocas. Quero a poesia dos teus olhos e tua língua descrevendo exclamações e vírgulas. A gramática do corpo é marginal, cheia de doces atritos, alguns rios, erupções, riscos e outros acréscimos da escrita dos corpos. Um gole de reticências, enquanto lembro da maestria da poesia da tua dança e do teu canto indecifrável. Catamos nossa bagunça, sem a mão...
<strong>Santo quebrado</strong>
Literatura

Santo quebrado

Alexandre Lucas O espelho grande cabia o seu corpo. Nua, desembaraçava o cabelo, depois de uma guerra de prazer. Encarava o espelho como se estivesse pagando a conta de um jantar ruim e caro. Olho no olho, alguns desvios para o copo com sobras quentes de vinho. Sua cabeça doía como se tivesse um sino badalando. A louça ainda dormia na pia.O café para fazer, amargo e forte. As cinzas de incenso estavam espalhadas na penteadeira. A estátua quebrada na beira cama, Santo Agostinho, tinha se partido com suas contradições. Os lençóis molhados exalavam cheiro forte e um clima abafado. Ela nua penteando os cabelos. A casa vazia como o sexo da noite anterior.A língua seca de quem passou a noite revirando os olhos, um pouco de água. A idade já não permitia tantas travessias. Aos pentear os cabelo...