Decepcionista
Shirley Pinheiro
Para a padeira de palavras gentis :)
Infelizmente, fui criada para agradar.
Talvez por isso, explicar certas partidas sob uma ótica diferente da decepção, ainda soe impossível para os meus ombros curvados pelo peso de ser útil.
O que falar então da culpa por estar feliz, fazendo exatamente o contrário do que se espera de mim?
Lembro do dia em que decidi fazer História. Era a última aula de mais um semestre que quebrava a promessa de ser o último. A nova perspectiva se construía a partir daquele fim, desenhado como o início de uma possível rebeldia. Fazer algo pelo simples prazer de dizer “eu quero!”.
Porém, a ousadia ainda se encontrava nos moldes de um segredo. Os sinais eram apenas a presença em espaços que ainda não me pertenciam. O sentimento de invas...