O capitalismo distancia nossos abraços
Alexandre Lucas*
Escrevo poesia com a faca na língua. Óculos sujos e letras embaraçadas. A borboleta pousa na nas bananas e o carnaval sacode as minhas dores. Larissa fala de poesia e de ternura quando me ler, mas está distante, o capitalismo distancia nossos abraços.
Tenho andado só e descoberto que as ruas estão desertas e que os corações estão cheios de marcas e assaltos, alguns tiros.
Outro dia recebi uma foto da praia: ela estava cheia de sol, enquanto recebia o calor do café numa manhã de sábado, num boteco regado de conversas sobre solidão e arte. A praia estava distante e o celular me atormentava com imagens mentirosas de felicidade.
A médica estava melhor, estava quase podendo dançar e cuidar dos animais. Morava só, aliás com os seus cachorros. Faz tempo que a ge...