Tag: Poesia

Vou me embora de Pasárgada
Cultura, Literatura

Vou me embora de Pasárgada

Vou me embora de PasárgadaLá fui amiga do reiTive muitas felicidadesOutras tantas eu crieiSem esquecer as lágrimasQue aqui também chorei Hoje faz um ano inteiroQue o céu comemorouA chegada de uma luzQue caminhos alumiouTornando mais belo esse mundoCom as pegadas que deixou. A escola planejadaDe um sonho concretizarNaquele sovaco de serraPadre Ágio foi se instalarE a música, mãe das artesFoi a todos ensinar. Cento e um anos vividosCom saúde e disposiçãoFoi pai de uma comunidadeProfessor, orientador e irmãoPedalou pelas veredasDe muito coração. Está no andar de cimaAo lado de Deus SantoPedindo pela humanidadeRico e pobre, preto e brancoPertinho de Padre CíceroEnxugando nosso pranto. Todos perdemos muitoSem a sua sabedoriaELE que fez do bom sensoSua melhor companhiaDeixou a com...
UM FILME SOBRE VOCÊ
Literatura

UM FILME SOBRE VOCÊ

A minha mão atravessaO teu ser de imensidãoO meu olhar te encontraNo meio da multidãoGrita, Grita, GritaTua voz me ecoa refrão Vamos construir um roteiroOnde dentro dos rabiscosO escrito é leve e cheio de emoçãoOnde cada cena seriaO desdobramento do coraçãoAo bater Claquete Acelera um turbilhãoMinha mão atravessaO teu ser de imensidão Sente, sente, senteNão é mais tua solidãoÉ a vontade de ter alguém por pertoNem que seja uma só cançãoUma ficção poéticaUm sonho no meio da escuridãoA minha mão atravessaA tua imensidão Ecoa, ecoa, ecoaO doce oi do teu coraçãoSingeleza tuaDeixa esse atravessamento entãoA minha mão, ela não mais te atravessaEra só vontade do meu coração Um filme sobre você
RACHEL DE QUEIROZ
Literatura

RACHEL DE QUEIROZ

Francinilda Santiago Lopes* Uma mulher afrente do seu tempo, assimdescrevo essa mulher nordestina que nosdeixou um grande legado. Romancista primeira mulher a entrar naacademia de letras do Brasil.Autora cearense de destaque na ficçãosocial e sempre foi,Carinhosa no seu jeito de falar, marcou ahistória como uma,Heroína, pois, lutou por um espaço queera somente masculino, se destacou com,Excelência na sua escrita, se tornando a,Literata mais prestigiada e estudada dopaís. Diva da literatura cearenseEscritora de resistência e imortal. Quixadá o lugar escolhido para suasinspirações pois,Urgente eram as denúncias que aescritora trazia nas suas obras literárias,Ela foi a primeira mulher a abrircaminhos para outras escritoras na ABLInesquecível em suas narrativashistóricas.Realista n...
É preciso consumir e ser consumido pela poesia
Literatura

É preciso consumir e ser consumido pela poesia

Luciana Bessa* Minha leitura do mês de agosto foi Chuva Secreta (2013), da escritora e professora baiana, Állex Leilla. O maior mérito dessa obra são os não ditos, ou seja, são as lacunas deixadas pela autora para que o leitor possa completá-las, afinal, para Leilla um bom leitor é “Aquele que tem consciência de que é um coautor”. Partindo dessa premissa de que um texto é um tecido incompleto, destaco o último conto dessa obra, “Epiceno”, que traz um protagonista (sem nome), que não se sente homem nem mulher, mas um ser humano epiceno, que tem um relacionamento amoroso com um poeta profissional. Mas o que é, o que faz um “poeta profissional”? O que o difere de mim, por exemplo, que escrevo poesia? O poeta profissional é aquele que, para além de escrever poesia, vende-a para revist...
Juazeiro é terra de resistência poética
Literatura

Juazeiro é terra de resistência poética

Luciana Bessa* Juazeiro tem artistas, Juazeiro tem poesia: manifesto poético é uma Coletânea de poemas organizado pelo professor e escritor Émerson Cardoso, lançado no dia 12 de julho no Centro Cultural do Cariri (CCBNB). Quem perdeu, amanhã, dia 20/07, terá a chance participar de segundo lançamento/sarau da Coletânea, no Centro Cultural Daniel Walker, em Juazeiro do Norte. Ao todo são quarenta e sete vozes “plurais e líricas” de autores já conhecidos na região, outros que se arriscaram no universo poético pela primeira vez dando à Coletânea um ar eclético, democrático e diverso, começando pelas temáticas: amor, perdas, solidão, desejos, obsessão, tempo, leveza, ser mulher, o próprio fazer poético. Em alguns textos, o som do sagrado; em outros, o puro erotismo.  A Coletâne...
Massageando poesia
Literatura

Massageando poesia

Alexandre Lucas* O mundo abriu as pernas, achava que nem pernas mais tinha de tão parado. Repentinamente, você se vê andando e cavalgando entre as pernas, o mundo anda. Ontem, estava apenas com teus  pés, teu corpo  seminu, a música de silêncio  tocando alegrias.Teus pés e nada mais. Torneava de creme, cheiro e delicadeza, andava com a ponta dos dedos, as palmas das mãos e seu olhar descrevendo descobertas.  Teu corpo seminu, mas eram teus pés que queriam tocar primeiro, fazer uma valsa, sentir a maciez da noite, tecer o sonho, alimentar o desejo.  Dormir massageando a madrugada.Eram os teus pés que naquele instante, assumia a imensidão do teu corpo-mundo. A dimensão poética do gozo, a humanização da carne. Tem dias que quero apenas os teus pés e nada mais: não que eles me bastem, mas ...
Despeje poesia na carne
Literatura

Despeje poesia na carne

Alexandre Lucas* Poesia com carne, um pouco de vinho. A lucidez é uma loucura. Costurava a pele com respiro e algodão. O suor escorria como banho. Teus olhos de pérola me davam sede. Saímos com marcas que as lembranças desejam. Já perdi a conta das camas, dos muros e da tentativa de ser feliz. Estamos em trânsito, em transe e transbordando de alguma coisa, buscando a distância do frigorífico, onde as carnes estão mortas e não existem trocas. Quero a poesia dos teus olhos e tua língua descrevendo exclamações e vírgulas. A gramática do corpo é marginal, cheia de doces atritos, alguns rios, erupções, riscos e outros acréscimos da escrita dos corpos. Um gole de reticências, enquanto lembro da maestria da poesia da tua dança e do teu canto indecifrável. Catamos nossa bagunça, sem a mão...
Borracha
Literatura

Borracha

Maykon Ferreira Gomes Pereira Objeto que originalmente, Tem uma única finalidade. Apagar tudo o que está errado, Com a mão vai apagando, com muita agilidade. Ela é e sempre será borracha, Mesmo com formas e cores da nova tendência. Mas elas mesmo assim, Não perderão a sua linda essência. Ela por sua vez, Nos ensina a resiliência. Pois entre erros e acertos, Se exige muita persistência. Outra coisa percebemos, Não importa profissão, será sempre dependente. Onde quer que você vá, em alguns deles, Ela lá estará presente. Outra coisa fenomenal, É a sua capacidade. De ter a sua elasticidade, E voltar a forma original. Um jovem de apenas 18 anos,  apaixonado pela literatura, ama o jornalismo e luta pelas barreiras diárias. Um verdade...
The burial of an unfinished love
Literatura

The burial of an unfinished love

Fabiano Santiago Lopes noite quase acabando, céu estrelado, enfim, vejo o vasto céu azul sem fim...  fico imaginando a história que quero contar: não é uma história feliz, mas também não é algo novo, não é tanto, não é de se assustar,  hoje me sinto bem, e há muitos motivos pra me sentir assim: posso então seguir...busco em mim mesmo e no autor da vida,base, fundamento e sustentação devida.forças e motivações que me façam prosseguir, mas preciso de alguma forma esse segredo diluir...mas, não posso de forma alguma,  esquecer o que perdi, e o motivador que o fez destruir...  não tem como, já tentei por várias vezes;  mecanismos de defesa, ainda não encontrei esse...  esquecer que um dia você existiu;  e como o meu coração de tal forma você possuiu...  E é mais forte do que eu posso admiti...
O rio que nos abraça
Literatura

O rio que nos abraça

Alexandre Lucas O rio assimétrico desenha vaginas no seu percurso. As águas caminham transbordando música. Os pássaros cantam e desaparecem entre as árvores. Mastigo algumas sementes e me cubro de sol e sombra.  Sigo as vaginas do rio. Procuro alguns minutos de silêncio dentro dos barulhos que habitam os meus dias. As águas me atravessam acolhendo os meus passos.  Verde por todos os lados, mas nem tudo é esperança. Nenhuma lasanha por aqui, nem mesmo um simples macarrão. Água na boca.  Talvez tenha que andar mais. Hoje, apenas os desenhos do rio.  A folha desce sendo seu próprio barco nos braços rio.  Molho a cabeça. Escorro entre as pedras e as águas para tentar espatifar os pensamentos petrificados. *Pedagogo e integrante do Coletivo Camaradas....