Tag: sonho

A mulher do sonho
Literatura

A mulher do sonho

Alexandre Lucas Desfilava de biquíni, tinha uma tatuagem na coxa e balançava um sorriso. Deviam ser três horas da manhã; acabara de lembrar do sonho. Uma sensação de alegria ao ver aquele corpo ousando desafiar os seus limites. Gorda demais, magra demais, e meio-termo era sempre insatisfação para aquela mulher. No sonho, porém, ela parecia exibir volumes de contentamento. Os sonhos que se têm dormindo não são escolhidos. Aquele, em particular, poderia ser excluído da lista dos desejados. Aquela mulher — desfilando de biquíni, tatuagem na coxa, balançando um sorriso — seguia como uma estranha. Não estava para além do mar nem das estrelas; só a encontrava nos sonhos e, inesperadamente, nas lembranças. Os sonhos que se sonham dormindo bem que poderiam ser escritos. Escreveria toda...
Um sonho…
Literatura

Um sonho…

Gracynha Rodrigues* Era sexta-feira, e quase pedi o horário. Teria que estar no trabalho às 07h em ponto. Cheguei a tempo e passei direto para sala: isso mesmo, um professor em mais um dia de aula, indo para sala ministrar aula de sociologia. Naquele dia houve um contratempo, mas para um professor era algo considerado normal. Será? Romantizar acontecimentos, fingir que estar tudo bem, por “panos quentes.” Será essa a forma correta de tratar uma sociedade e formar cidadãos? Que sociedade é essa? Uma massa que corre na contramão do tempo, tentando contornar e desfazer algo já enraizado, assim é a luta diária de um docente, um indivíduo que ousou no auge de sua inconformidade tentar mudar, inovar e fazer o seu melhor. Consigo carregava apenas um pincel, um livro e uma vontade imensa de ...
Dormir dentro do sonho
Literatura

Dormir dentro do sonho

Alexandre Lucas* Os poemas se espalham na mesa. Leio o teu último beijo escrito na porta e acendo as fogueiras que nascem em mim. Você lia Marx enquanto eu pensava em decodificador tuas curvas, acessar os botões dos teus sussurros. Já era tarde, próximo da madrugada, o corpo já não correspondia os desejos e a manhã começava mais cedo, prometia poucas paradas. Poderíamos nós encontrar nos sonhos, mas isso não é algo de se combinar.  Se pudesse marcaria um encontro após cada encontro. Encontraria você nas nuvens, brincando nua, de sonho e fogo. Te sugaria até dormir dentro sonho. Pela manhã, mando uma mensagem cheia de sonho e fogo para incendiar teus olhos e desconcentrar Marx. Os Molotovs da ternura estão em chamas, queimando as muralhas da frieza. So...