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A fragilidade do tempo
Literatura, Sem categoria

A fragilidade do tempo

João Victor O tempo escorre entre os dedos, como areia em um relógio quebrado. Momentos se desfazem em memórias, sussurros de risos que ecoam no ar. Cada segundo é um fio delicado, tecendo histórias que não voltam mais. Caminhos cruzados em instantes, promessas feitas sob à luz do entardecer. E enquanto o sol se põe, lembro das sombras que deixamos para trás, da beleza efêmera das flores, que murcham antes que possamos apreciar. Na fragilidade do tempo, encontramos a urgência de amar e viver intensamente, porque cada batida do coração é um lembrete de que tudo é passageiro, mas o amor é eterno. Sobre o autor: Estudante e integrante do Clube da Palavra do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti (Crato)
Ceifa – para trilhar novos caminhos
Literatura, Sem categoria

Ceifa – para trilhar novos caminhos

Dina Melo* Talvez a solução seja rasgar os mapas que direcionam meu corpo pelos pontilhados já traçados Desaprender a língua Romper com o tempo Riscar os dicionários Destruir os roteiros Incendiar os textos escritos na minha carne Misturar as cores Emaranhar as linhas  Explodir como um navio em chamas Arrasar as terras conquistadas Cometer tantos erros que o mundo irrompa em gargalhadas Mas meu desejo de controle, como um general ameaçado, ordena que eu prenda as palavras deste texto E não escute seus sussurros  Finque meus pés na terra Mesmo que eu morra no inverno Quer que meu corpo se aconchegue ao medo, como a um velho conhecido Para que suas carícias sedutoras me façam novamente adormecer Como em tantos anos em que seu ve...
Crônica reflexiva
Literatura

Crônica reflexiva

Gracynha Rodrigues* Nascer... Nascemos aos poucos e todos os dias, isso nos permite contemplar o novo, a vida nos é concedida por deleite do mais puro elo humano. Ainda que pareça uma utopia, um brotar constante, exuberante e por vezes exaustiva, é está a vida um emaranhando de buscas. O ano era 1987, eu, você e milhares de pessoas nasciam ao redor do mundo, mas ele deixou-nos, Carlos Drummond de Andrade, provavelmente já tenha ouvindo falar dele pelos corredores da vida... se não, eis a oportunidade. Drummond se foi, mas deixou um legado de poemas, textos que acalentam o existir humano de cada ser. Palavras e versos que ecoam, eternizam- se como uma cor forte que insiste em permanecer lá..., assim são suas palavras vivas, atemporais que iluminam e perpassam gerações. O algo abstrato...
Roseira de lábios
Literatura

Roseira de lábios

Alexandre Lucas* A mão de vó sobre minha cabeça fazia benzeduras, o jeito que tinha para demonstrar que gostava do neto. Era uma tortura, respirava fundo para sair daquele momento. Gostava de vó e da sua paciência. Vó, se foi. Gosto de outras mãos, aquelas que não benzem, mas guiam minha cabeça para nadar a língua, mergulhar levemente entre vales e erupções, rodopiar de coração acelerado e sentir a saliva do prazer florindo. Esqueço do tempo. Tua mão-guia faz com que escreva estações. A noite é curta. Liberto-me com tua mão presa, minha cabeça afundada, tuas pernas procurando caminhar sem destino sobre o colchão. O céu parece que está mais próximo. A boca descansa nos teus terremotos. No fogo misturo: Malva, eucalipto, cebola branca e açúcar, mexo, remexo, até virar ...
40 minutos
Literatura

40 minutos

Taynara Oliveira Um tempo longo pra quem esperaUm tempo longo pra quem  tem pressa.Espero impacientemente no mesmo lugarOlhando filas e filas de carros passarMeus pensamentos um turbilhãoTic-tac, tic-tac40 minutos que não quer passarTic-tac, tic-tacFaltam quantos segundos pra 40 minutos passar?Um pedestre aqui, outro aliQuer uma bala, hoje é só 1,00.A criança pergunta a mãe,Já está perto de chegar?Tic-tac, tic-tacFaltam quantos segundos pra 40 minutos passar?Dia frio, é dia mórbidoUns pingos finos de chuva fazem a estrada cheirarUma pessoa corre daqui, puxa outro de láCorre mulher, não quero me molhar!Tic-tac, tic-tacFaltam quantos segundos pra 40 minutos passar?Olho de um lado para outro40 minutos de espera me fazem delirarPensamentos ficam a mil(Cuidado pra não surtar)Pingos d...
O singular ritmo de Anne
Literatura

O singular ritmo de Anne

Dark Ferreira Anne era uma menina diferente das outras crianças da sua idade. Enquanto elas corriam, falavam rápido e agiam como se o tempo fosse curto demais, ela caminhava devagar, apreciando cada momento e observando todos os detalhes ao seu redor. Mas essa singularidade começou a preocupar sua mãe e sua professora, que viram que a lentidão de Anne podia prejudicá-la na escola e na vida. A professora pediu para a mãe prestar mais atenção no comportamento da menina e tentar entender o motivo daquela lentidão. Foi então que a mãe de Anne perguntou a ela por que ela era tão devagar, e a menina respondeu com uma maturidade que impressionou a todos: “para que tanta pressa, mamãe? Eu gosto de sentir as coisas. O papai às vezes sai tão apressado para o trabalho que esquece do ...