Tag: vento

O vento
Literatura

O vento

Jennyfer Amanda O vento me levou Me levou para um lugar que não consigo descrever em palavras Consigo descrevê-lo em seu olhar Um olhar fascinante Mas que ao mesmo tempo não sei explicar Sinto que aqueles olhos queriam me dizer algo Algo não deu tempo de exclamar O vento me levou outra vez Mas não foi para o mesmo lugar Dessa vez para um lugar com rosas e margaridas Que não estava no seu olhar A força do vento é radiante Que chegou a me levar Em diferentes lugares E um deles estava no seu olhar. obre a autora: Estudante e integrante do Clube da Palavra  do Colégio Municipal Pedro Felício C
No escuro do meu mundo sinto medo
Literatura

No escuro do meu mundo sinto medo

Dina Melo* FujoTateio no escuro as armas depostasTento não desvanecer ante teu grito ameaçadorÀs vezes cantas baixinho para iludir-me de que és o melhorO que deitará aos meus pés heras prateadasMas eu já sei que tuas garras estão à espreitaE prontas as cordas com que enlaçarás meu corpo à rocha duraSei que a fuga não será definitivaMe apanharás nas madrugadas friasEm que meu espírito cansado da luta cederáTemo que perpetuamente encenemos essa dança odiosaE minha liberdade seja sempre transitóriaTu esfarelas meus ossosAtormentas minha carneEnches de sangue minha bocaEscavas meus dias como impiedosa larvaAssaltas-me na doçura das manhãs com teu hálito de fogoMeu sangue estremece quando chegas sorrateiroExiges de mim submissão completaPeço-te paz e sossegoTudo o que tens a me dar é dúvida,...
Clara é a fogueira
Literatura

Clara é a fogueira

Alexandre Lucas* Acordei cedo, abri os braços para acolher o vento. Chovia. Olhava para cima, observava a goteira: pingo, pingo e pingo. A água fazia a poeira dançar. O chão encharcado e a coragem de repouso. O rodo escondido atrás da porta permaneceu calado. Tomei banho demorado, enquanto a água escorria pela extensão da casa. Sentei à mesa. A garrafa estava cheia de chá de camomila, tomei sem pressa, aproveitei para brincar de amassar uma fatia de pão seco e desviar os caminhos das formigas. Os passarinhos que cantam por aqui estão engaiolados.  Estava nua, cabelos molhados, pés descalços. A mesa cheia de farelos e de formigas perdidas. As contas estavam todas pagas, essas que a gente paga com dinheiro, por outro lado, estava coberta de dívidas comigo mesma.  ...