K.A*
Karla e Paulo se conheciam desde os primeiros dias de faculdade, colegas de sala cujas interações até então se limitavam ao casual. Em uma tarde chuvosa de sexta-feira, quando a universidade se esvaziava, os dois se encontraram após uma aula de História da Economia, buscando na biblioteca o livro recomendado para a próxima atividade.
A chuva de verão, intensa e abafada, criava uma atmosfera quase densa, a umidade no ar tocando a pele com suavidade. A biblioteca, um edifício funcional da década de 1940, estava quase deserta, e o som da chuva contra as janelas acrescentava uma intimidade inesperada ao ambiente. Marcos, o bibliotecário, os guiou com seu habitual sorriso até a sala de obras raras, um lugar climatizado, reservado, onde poucos estudantes tinham permissão para entrar.
Karla, vestida com uma saia jeans curta e uma blusa branca de alças finas, movia-se com a graça de quem desconhece seu próprio poder de sedução. Seu perfume, que evocava a brisa do mar, atingiu Paulo como uma revelação, uma percepção tardia do quanto ela era mais que uma colega de sala. Ao subirem as escadas, ele a seguia com os olhos, mapeando cada curva, cada detalhe que antes lhe escapara.
Seus cabelos negros, encaracolados, caíam com naturalidade sobre seus ombros atléticos. Sua cintura fina e seus quadris bem desenhados se harmonizavam com as pernas e seios de forma quase artística. Havia algo de inocente em seu sorriso, uma doçura infantil que contrastava com a mulher que agora ele via diante de si.
Ao entrarem na sala de obras raras, o ar fresco contrastava com o calor abafado do exterior. Karla, na ponta dos pés, tentava alcançar o livro que procuravam. Paulo, com sua altura de quase dois metros, aproximou-se por trás, tocando de leve sua cintura ao pegar o livro para ela. O sorriso que ela lhe deu, olhos semicerrados, fez algo nele se agitar. O convite para trabalharem juntos surgiu naturalmente, como se aquele momento fosse inevitável.
Sentados à mesa, afastando os livros que a cobriam, começaram a conversar. As risadas foram espontâneas, a troca de confidências fluída. Havia entre eles uma conexão que nenhum dos dois havia previsto, um conforto que vinha de algo mais profundo do que a simples amizade.
Quando finalmente se voltaram ao estudo, Karla levantou-se para pegar o caderno. Paulo não conseguia desviar o olhar. O modo como ela se movia, o brilho de sua pele, a curva de sua saia curta enquanto se debruçava sobre o carrinho de livros – tudo isso o deixava em um estado de desejo crescente, um desejo que ela parecia perceber quando voltou para a mesa. Sentada ao seu lado, suas pernas se tocaram de leve, um toque que pareceu acidental, mas que ambos sabiam ser intencional. O contato dos braços, a proximidade, eram pretextos frágeis que não escondiam o que se passava entre eles.
Quando Karla se levantou para ir embora, Paulo não resistiu. Levantou-se também e a puxou para um abraço, um gesto que ela tentou evitar, mas que logo se transformou em algo mais. Contra a estante de livros, suas mãos exploraram o corpo dela, subindo por baixo da blusa fina, encontrando seus seios firmes e intumescidos. Ela lutou contra a intensidade do momento, mas sua resistência logo cedeu ao beijo profundo que ele lhe deu, sua língua invadindo a boca dela com uma paixão que não podia mais ser contida.
Karla relaxou, entregando-se ao momento, um suspiro suave escapando de seus lábios enquanto ele a colocava sobre a mesa. O beijo se tornou mais intenso, suas mãos ágeis removendo a calcinha dela. Por um instante, ele admirou a visão de seu corpo nu, a pele suave e convidativa. Sua mão encontrou o caminho entre as pernas dela, seus dedos explorando-a com uma delicadeza que a fez gemer baixinho, como se tudo ao redor tivesse desaparecido, restando apenas os dois, perdidos no calor daquele desejo proibido.
*Estudante de Física Quântica