Luciana Bessa
O nascimento de uma Universidade traz em seu bojo, para além do desenvolvimento de uma região, a oportunidade de formar sujeitos, que conscientes de seu papel social, contribuirão, cada um dentro da sua profissão, para a construção de uma sociedade mais equitativa.
A Universidade Federal do Ceará (UFC), cujo lema é “O universal pelo regional”, não cabendo dentro si, já que seu papel é gerar e difundir conhecimentos, criou a Universidade Federal do Cariri (UFCA), que dentre seus valores estão: respeito e valorização pela diversidade, gestão participativa, ética e transparente, valorização da cultura regional, compromisso com a responsabilidade social e sustentabilidade, etc.
Pelos idos dos anos 2000, foi implantado o curso de Medicina em Barbalha, cidade conhecida pelas festividades do “Pau da Bandeira de Santo Antônio”, patrimônio cultural imaterial brasileiro em 2015 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Em 2006, a UFC implantou na região outros cinco cursos: Administração, Agronomia, Biblioteconomia, Engenharia Civil e Filosofia (Bacharelado e Licenciatura) – cujas aulas ocorriam nas cidades de Juazeiro do Norte e do Crato.
Em 20 de agosto de 2008, foi inaugurado nas terras de Padre Cícero, sacerdote católico em processo de canonização pela igreja católica, Juazeiro do Norte, a estrutura física do campus avançado da UFC. No ano seguinte, foram concebidos os cursos de Jornalismo, Engenharia de Materiais e os antigos cursos de Educação Musical (atual licenciatura em Música) e de Design Produto (atual Bacharelado em Design) ofertado em duas vertentes: Design Gráfico e Design de Moda.
Como para frente é que se anda, em 2010, surgiu o curso de Administração Pública e, 2011, foi inaugurado o Centro de Ciências Agrárias e Biodiversidade (CCAB), na cidade do Crato, “Oásis do Sertão”.
Em 2013, depois de uma longa parceria e de grandes aprendizados entre a UFC e a UFCA, a Lei 12.826, de 05 de junho de 2013, permitiu um desmembramento entre ambas as instituições, mantendo entre elas um Termo de Cooperação.
Autonomia conquistada, mais dois campi foram inaugurados: o de Brejo Santo, conhecido por suas vaquejadas, que abriga o Instituto de Formação de Educadores (IFE); o de Icó, “Terra do Louro”, que não recebe mais estudantes presencialmente, mas que oferece dois cursos tecnólogos na modalidade a distância: Produção Multimídia e Análise e Desenvolvimento de Sistemas.
Em 2019, foram concebidos os cursos de Ciência da Computação, Ciências Contábeis, Matemática Computacional e Licenciatura em Letras-Libras. Em 2020, começaram as atividades dos cursos de Medicina Veterinária e de Pedagogia.
Muitas foram as mãos que construíram essa narrativa, desde a primeira reitora (pro tempore), professora Suely Salgueiro Chacon e o primeiro reitor eleito pela comunidade acadêmica, Ricardo Luís Lange Ness, somado a uma legião de diretores (as), pró-reitores (as), procuradores (as), técnico-administrativos (as) e colaboradores terceirizados.
Nesses dez anos de existência, a UFCA tem uma trajetória que congrega: 3.780 estudantes (graduação e pós-graduação), 648 servidores (docentes e técnico-administrativos), 266 colaboradores (nenhum foi demitido no período da pandemia, COVID-19), 25 cursos de Graduação, 7 cursos de Especialização (6 deles, Residência Médica), 4 cursos de Mestrado e 1 de Doutorado. Além disso, é a única Universidade Federal do país, que tem uma Pró-reitoria de Extensão (PROEX) e uma Pró-reitoria de Cultura (PROCULT), o que possibilita que ela seja baseada num quadripé: ensino, pesquisa, extensão e cultura.
Cada vez que uma universidade nasce e cresce, novas pesquisas são concretizadas, a população é beneficiada, produtos são fornecidos à sociedade, sujeitos se tornam mais conscientes de seu papel social e participativo e numa só voz conclamam para que todos (as), de “Mãos Dadas”, lutem pelos ideais democráticos.