Hillary Siqueira
Era por volta das 5h da manhã; o sol ainda estava escondido. Dava para ver da janela do quarto, os galhos das árvores balançando lentamente. Levantei da minha cama e fui preparar meu café da manhã. O cheiro do café passando pelo coador era tão forte e presente que toda a sala foi tomada pelo delicioso aroma quente. Com a frieza que fazia naquele momento, o cheiro era acolhedor.
Após o café estar pronto, enchi uma xícara generosa e fui até a porta para assistir ao nascer do sol. O clima estava ainda mais frio do que parecia. Sentei no pé da porta e fiquei aguardando. O tempo parecia parado. Levantei e dei cinco passos; senti a grama gelada em meus pés descalços, mas era tão macia que parecia que eu estava caminhando sobre algodões gelados. Essa sensação era únic...

22maioNo Comments
Amor na adolescência
Geysi dos Santos
Amor na adolescência, um jogo a se jogar,
Talvez seja besteira, mas quem pode afirmar?
Às vezes, uma sorte de encontrar alguém,
Que viva ao meu lado, até o fim também.
Mas a ilusão persegue como sombra a dançar,
Adolescentes pensam que sabem amar.
Acham que entendem o que é o coração,
Mas mal viveram a metade da própria emoção.
Sobre a autora:
Geysi dos Santos - Estudante e integrante do Clube da Palavra do Colégio Municipal (Crato)

21maioNo Comments
Quebra-cabeça
Bianca Morais Moreira
Para este poema tive
Que pensar
Primeiro a vida tava
A me alegrar
Tendo sempre amizades
E felicidades
Essa foi a primeira
Peça
A segunda começou
A desandar as meninas
Estranhas a ficar
Cada vez mais distante
Meu amor e meu coração ficavam...
Peça três são as brigas
Sem fim na escola e em mim
A quarta e agora
Está cada vez pior a minha história ....
Sobre a autora:
Estudante do Colégio Pedro Felício Cavalcanti (Crato)

20maioNo Comments
Entre verdades e mentiras
Geysi dos Santos
Eu boto fé na minha própria ilusão
Difícil é saber, o que é verdade ou não.
Insanidade sussurra em meu coração
Enquanto a sanidade busca a razão
Um complô se forma me querendo calar
Mas sigo lutando para me encontrar.
Sobre a autora:
Geysi dos Santos - Estudante e integrante do Clube da Palavra do Colégio Municipal (Crato)

19maioNo Comments
Entre ninjas e bruxos sonhou
Alexandre Lucas
Quando criança se encontrava enrolado nas histórias de ninja. Fazia suas armas de lata e cabos de vassoura. Imaginava escalando paredes e desaparecendo com bombas de fumaça. Se via derrotando com chutes e socos aqueles que atacavam a sua felicidade.
Ser ninja nutria a dimensão do poder e da autodefesa. Mas também queria ser bruxo, místico - ou qualquer outra palavra equivalente para as pessoas que lidam com coisas que não se explicam a partir da ciência. Buscava conhecer o poder das pirâmides, das rochas, dos chás, das orações e das simpatias. Na verdade, buscava fórmulas mágicas para transformar a vida, já que ela não é algo fácil de lidar.
A gente é sempre multiplicidade de desejos. Nunca conseguimos ser apenas um anseio. Vamos sendo muitos em um só corpo. Ser ni...

18maioNo Comments
Quinta-feira
Shirley Pinheiro
Hoje tive um dia péssimo! Daqueles que já começam ruins antes mesmo de acordar.
Ainda era madrugada, quando fui abandonada em um sonho, por duas pessoas um pouco próximas. Não tanto. Não mais. E, sinceramente, não consigo imaginar um inferno pior do que o de ser deixada para trás, um sentimento tão projetado nas minhas angústias e poesias, que tem se introjetado nos meus espaços não tão seguros, mas ainda assim lúdicos, dessa vez, no meu sono.
E se uma noite é ruim, o dia depois dela certamente será também. E assim coleciono dias de agonia e noites mal dormidas.
Nas primeiras horas da manhã, meu corpo, atingido pelo cansaço antes mesmo de levantar-se, luta contra o desejo de aproveitar “só mais cinco minutinhos”. Tempo pro café da manhã já não tem mais. De cinc...

17maioNo Comments
Indenização para início de reparação
Karla Jaqueline Vieira Alves
A pobreza e a criminalização da população negra fazem parte do maior projeto de exclusão já elaborado pelo parlamento brasileiro, arquitetado no período pré-abolicionista e mantido até hoje por adaptações executadas por cada geração para garantia dos privilégios raciais que perduram desde a escravidão.
Neste texto, pretendo relacionar dois fatos já conhecidos da História do Brasil (apenas dois dos tantos) como evidência do que aconteceu com a população negra após o 13 de maio de 1888.
A NEGAÇÃO DO PASSADO PARA A PRIVAÇÃO DO FUTURO
Durante o período escravocrata cada pessoa negra comprada como objeto nos mercados negreiros era obrigada a carregar um nome mercadológico. Quando batizado, lhes era (geralmente) imposto um nome cristão e por sobrenome est...

16maioNo Comments
Amélia Beviláqua: mais orgulhosa do que humilhada
Luciana Bessa
Falar de Amélia de Freitas Beviláqua é falar de uma mulher pioneira na luta pelos direitos das mulheres em uma sociedade patriarcalista e misógina como é o caso do Brasil. É lamentável e ultrajante, que em pleno século XXI, muitas percam suas vidas pelas mãos de seus maridos e/ou companheiros.
Vanguardista, Amélia Beviláqua, já na escola (São Luís) publicou seus primeiros poemas e contos. No ano de 1889, Proclamação da República, era possível ler seus textos nos periódicos pernambucanos e paulistas – Revista do Brasil.
Foi, ainda, redatora do periódico O Lyrio, em Recife, ao lado da amiga Maria Augusta Meire de Vasconcelos, pioneira na luta pelo voto feminino no Brasil, no ano de 1902, o que influenciou na criação do Jornal Borboleta, em Teresina, Piauí.
Na década...

15maioNo Comments
A flor despedaçada
Maria Jardiele
A flor da primavera se despedaça todo ano
Qual seria a harmonia do campo?
Tento me distrair, mas a flor da primavera com pétalas despedaçadas
Faz-me sentir como ela
Oh, como está planta despedaçada!
Dá dó ouvir, dá dó de tocar
No final é tudo lindo,
Mas o que garante que é para sempre?
Sobre o autora:
Estudante e integrante do Clube da Palavra do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti (Crato)

14maioNo Comments
Sistema
Francisco Joherbete
A saúde pública
É um problema
São pessoas em filas, morrendo
São pessoas pobres com muitos problemas.
O sistema único de Saúde
Vem se agravando
E o governo assistindo
O povo quase se matando.
São pessoas morrendo
Por falta de cirurgias
São pessoas em direção à morte
Por falta de médicos e regalias.
O governo, o que faz?
Será se não percebe?
O povo morrendo de dor?
E vocês usufruindo do que não merecem?
Será se vão deixar
A população se matar?
Ou será se vai agir?
Em prontidão ao bem-estar?
Saiba que o mundo vem piorando
E a população o que acha?
Ela vem só piorando!!
Ou vocês acham mesmo
Que ela está aceitando?
Saiba que muitas pessoas
Não são como lagartixa
Que balança sempre a cabeça
...