Autor: Nordestinados a Ler

Quebra-cabeça
Literatura

Quebra-cabeça

Bianca Morais Moreira Para este poema tive Que pensar Primeiro a vida tava A me alegrar Tendo sempre amizades E felicidades Essa foi a primeira Peça A segunda começou A desandar as meninas Estranhas a ficar Cada vez mais distante Meu amor e meu coração ficavam... Peça três são as brigas Sem fim na escola e em mim A quarta e agora Está cada vez pior a minha história .... Sobre a autora: Estudante do Colégio Pedro Felício Cavalcanti (Crato)
Entre verdades e mentiras
Literatura

Entre verdades e mentiras

Geysi dos Santos Eu boto fé na minha própria ilusão Difícil é saber, o que é verdade ou não. Insanidade sussurra em meu coração Enquanto a sanidade busca a razão Um complô se forma me querendo calar Mas sigo lutando para me encontrar. Sobre a autora: Geysi dos Santos - Estudante e integrante do Clube da Palavra do Colégio Municipal (Crato)
Entre ninjas e bruxos sonhou
Literatura

Entre ninjas e bruxos sonhou

Alexandre Lucas Quando criança se encontrava enrolado nas histórias de ninja. Fazia suas armas de lata e cabos de vassoura. Imaginava escalando paredes e desaparecendo com bombas de fumaça. Se via derrotando com chutes e socos aqueles que atacavam a sua felicidade. Ser ninja nutria a dimensão do poder e da autodefesa. Mas também queria ser bruxo, místico - ou qualquer outra palavra equivalente para as pessoas que lidam com coisas que não se explicam a partir da ciência. Buscava conhecer o poder das pirâmides, das rochas, dos chás, das orações e das simpatias. Na verdade, buscava fórmulas mágicas para transformar a vida, já que ela não é algo fácil de lidar. A gente é sempre multiplicidade de desejos. Nunca conseguimos ser apenas um anseio. Vamos sendo muitos em um só corpo. Ser ni...
Quinta-feira
Literatura

Quinta-feira

Shirley Pinheiro Hoje tive um dia péssimo! Daqueles que já começam ruins antes mesmo de acordar. Ainda era madrugada, quando fui abandonada em um sonho, por duas pessoas um pouco próximas. Não tanto. Não mais. E, sinceramente, não consigo imaginar um inferno pior do que o de ser deixada para trás, um sentimento tão projetado nas minhas angústias e poesias, que tem se introjetado nos meus espaços não tão seguros, mas ainda assim lúdicos, dessa vez, no meu sono. E se uma noite é ruim, o dia depois dela certamente será também. E assim coleciono dias de agonia e noites mal dormidas. Nas primeiras horas da manhã, meu corpo, atingido pelo cansaço antes mesmo de levantar-se, luta contra o desejo de aproveitar “só mais cinco minutinhos”. Tempo pro café da manhã já não tem mais. De cinc...
Indenização para início de reparação
Política

Indenização para início de reparação

Karla Jaqueline Vieira Alves A pobreza e a criminalização da população negra fazem parte do maior projeto de exclusão já elaborado pelo parlamento brasileiro, arquitetado no período pré-abolicionista e mantido até hoje por adaptações executadas por cada geração para garantia dos privilégios raciais que perduram desde a escravidão. Neste texto, pretendo relacionar dois fatos já conhecidos da História do Brasil (apenas dois dos tantos) como evidência do que aconteceu com a população negra após o 13 de maio de 1888. A NEGAÇÃO DO PASSADO PARA A PRIVAÇÃO DO FUTURO Durante o período escravocrata cada pessoa negra comprada como objeto nos mercados negreiros era obrigada a carregar um nome mercadológico. Quando batizado, lhes era (geralmente) imposto um nome cristão e por sobrenome est...
Amélia Beviláqua: mais orgulhosa do que humilhada
Literatura

Amélia Beviláqua: mais orgulhosa do que humilhada

Luciana Bessa Falar de Amélia de Freitas Beviláqua é falar de uma mulher pioneira na luta pelos direitos das mulheres em uma sociedade patriarcalista e misógina como é o caso do Brasil. É lamentável e ultrajante, que em pleno século XXI, muitas percam suas vidas pelas mãos de seus maridos e/ou companheiros. Vanguardista, Amélia Beviláqua, já na escola (São Luís) publicou seus primeiros poemas e contos. No ano de 1889, Proclamação da República, era possível ler seus textos nos periódicos pernambucanos e paulistas – Revista do Brasil. Foi, ainda, redatora do periódico O Lyrio, em Recife, ao lado da amiga Maria Augusta Meire de Vasconcelos, pioneira na luta pelo voto feminino no Brasil, no ano de 1902, o que influenciou na criação do Jornal Borboleta, em Teresina, Piauí. Na década...
A flor despedaçada
Literatura

A flor despedaçada

Maria Jardiele  A flor da primavera se despedaça todo ano Qual seria a harmonia do campo? Tento me distrair, mas a flor da primavera com pétalas despedaçadas Faz-me sentir como ela Oh, como está planta despedaçada! Dá dó ouvir, dá dó de tocar No final é tudo lindo, Mas o que garante que é para sempre? Sobre o autora: Estudante e integrante do Clube da Palavra do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti (Crato)
Sistema
Literatura

Sistema

Francisco Joherbete A saúde pública É um problema São pessoas em filas, morrendo São pessoas pobres com muitos problemas. O sistema único de Saúde Vem se agravando E o governo assistindo O povo quase se matando. São pessoas morrendo Por falta de cirurgias São pessoas em direção à morte Por falta de médicos e regalias. O governo, o que faz? Será se não percebe? O povo morrendo de dor? E vocês usufruindo do que não merecem? Será se vão deixar A população se matar? Ou será se vai agir? Em prontidão ao bem-estar? Saiba que o mundo vem piorando E a população o que acha? Ela vem só piorando!! Ou vocês acham mesmo Que ela está aceitando? Saiba que muitas pessoas Não são como lagartixa Que balança sempre a cabeça ...
As cartas sem futuro
Literatura

As cartas sem futuro

Alexandre Lucas Deixo uma carta junto às contas do mês. Coloquei no envelope, passei cola e propositalmente ignorei o destinatário. Talvez nunca seja lida, se perca na correria e no amontoado de coisas que vamos juntando ao longo da vida.   Na vida, juntamos pedaços de acontecimentos e de coisas. As cartas são coisas e acontecimentos que atravessam o mundo e nossas paredes.   Parece que escrever tem sido a companhia mais tranquila, tenho pensado insistentemente em casar. As palavras são mais que uma transa casual e não têm hora para acontecer. Às vezes, de madrugada, acordo cheio de vontades para dançar; outras, ao meio-dia, o sol escorrendo pelas pálpebras e as palavras deslizando na inquietude dos pensamentos.   Escrevo cartas, algumas com destinatários, a...
Silêncio quase amor
Literatura

Silêncio quase amor

Flávia Letícia Vi teus olhos em névoa tardia, palavra selada, desejo contido. Foste sombra na beira da dança, presença que some, mas nunca é esquecida. Ele veio com passos marcados, fez-se abrigo sem ter tempestade. Ofereceu-me céu em seus braços, mas meu peito... buscava outra verdade. No espelho, dois nomes sem rosto, um sorriso, um abismo, um sinal. Aceitei a calma que me ofereciam, mas ouço teu nome no meu vendaval. Entre beijos guardados e promessas caladas, há um crime que ninguém cometeu: amar demais, amar errado — ou amar quem nunca escolheu. Sobre a autora: Letícia -Poetisa de amores silenciosos e mistérios não ditos, minhas palavras guardam o que não pode ser revelado. Flávia Letícia - Estudante e integrante do Clube da...