Literatura

Elza Soares, a mulher do fim do mundo
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Elza Soares, a mulher do fim do mundo

Shirley Pinheiro “Até o fim eu vou cantar Eu vou cantar até o fim Eu sou a mulher do fim do mundo Eu vou, eu vou, eu vou cantar Me deixem cantar até o fim” (Elza Soares, 2015) A melhor cantora do milênio, de acordo com a rádio britânica BBC, é brasileira, preta e periférica. Nascida no dia 23 de junho de 1930, Elza Soares carregou na pele, nos olhos e na voz, durante seus 91 anos de existência, a dororidade de uma mulher que não se curvou aos sofrimentos da vida e transformou as lágrimas em samba — “mulher de moral não fica no chão/ nem quer que ninguém lhe venha dar a mão/ Reconhece a queda/ Mas não desanima/ Levanta, sacode a poeira/ E dá a volta por cima”. Um dos maiores nomes da música popular brasileira, Elza Soares nasceu no subúrbio do Rio de Janeiro, na ...
Machado de Assis, um legado que atravessa gerações
Literatura

Machado de Assis, um legado que atravessa gerações

Shirley Pinheiro “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas” (Machado Assis, 1881) Nos dias de hoje, é quase improvável que um brasileiro minimamente letrado desconheça a relevância do escritor Machado de Assis para a Literatura Brasileira. Ainda que não tenha lido suas obras, é possível que reconheça facilmente nomes como Capitu, Brás Cubas ou Dom Casmurro. Tamanha importância legou ao carioca o título de maior escritor da Literatura Brasileira, honraria que se justifica ao observar a grandiosidade de seus feitos. Nascido em 21 de junho de 1839, Joaquim Maria Machado de Assis adveio de família pobre. Descendente de escravizados, cresceu no Morro do Livramento, onde teve pouco acesso aos estudos, mas que,...
Chico Buarque, um crítico social nos versos do seu refrão
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Chico Buarque, um crítico social nos versos do seu refrão

Shirley Pinheiro 0 refrão que eu faço É pra você saber Que eu não vou dar braço Pra ninguém torcer Deixa de feitiço Que eu não mudo não Pois eu sou sem compromisso Sem relógio e sem patrão (Chico Buarque, 1965) Quando o assunto é música de protesto, muitos são os cantores brasileiros que merecem o destaque — Belchior, Nara Leão, Raul Seixas, Caetano Veloso, Rita Lee — todos de uma geração marcada pelos horrores das guerras que aconteceram ao redor do mundo e das ditaduras e crises políticas que acometeram o Brasil no século XX. Entre os nomes de grandes artistas perseguidos pela censura está o de Chico Buarque, filho do historiador Sérgio Buarque de Hollanda. Nascido no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1944, Chico, que, além de cantor, também é composit...
Maria Bethânia, a sedução e o encantamento da “Abelha Rainha da MPB”
Literatura

Maria Bethânia, a sedução e o encantamento da “Abelha Rainha da MPB”

Shirley Pinheiro “Maria Bethânia, please send me a letterI wish to know the things are getting betterBetter, better, beta, beta, Bethânia”(Caetano Veloso, 1978) Há 76 anos, nascia em Santo Amaro, na Bahia, aquela que viria a ser um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira (MPB). Um nome que inspira música desde o próprio batismo. “Maria Bethânia”, sugerido por Caetano Veloso, seu irmão mais velho, um companheiro de vida e de estrada, e inspirado na canção de Nelson Gonçalves, foi a escolha perfeita para incorporar todo o encanto de uma mulher que transborda poesia em sua voz e em suas canções. Maria Bethânia, a dona de uma voz envolvente e de performances musicais dotadas de sedução, veio ao mundo em 18 de junho de 1946. Filha de Seu Zezinho e Dona Canô, a arte percorr...
Aniversariante – Ariano Suassuna
Literatura

Aniversariante – Ariano Suassuna

Ariano Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927 em João pessoa, Paraíba. Foi um escritor, poeta, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado. Foi eleito para a cadeira n°32 da Academia Brasileira de Letras. Sua obra-prima  O Auto da Compadecida , foi adaptada para a televisão e para o cinema. Sua obra reúne, além da capacidade imaginativa, seus conhecimentos sobre o folclore e a cultura nordestina. As indicações de hoje são suas peças teatrais, "O Auto da Compadecida" (1955), "Uma mulher vestida de sol" (1947) e "O santo e a porca" (1957).
Nordestinados a Ler na Rádio Cafundó
Literatura

Nordestinados a Ler na Rádio Cafundó

✍️ Na programação da Rádio Cafundó, o Nordestinados a Ler vai homenagear “Um homem de mil faces”, “um contador de histórias”, “o cabreiro tresmalhado”, “um sertanejo universalizado”, “um intelectual”, “um professor-artista”, “o barão do saber”, “dramaturgo e romancista”, “um guerreiro armorial”, “um criador” chamado Ariano Suassuna, paraibano nascido no dia 16 de junho de 1927, dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta, professor e autor de “O auto da compadecida”, escrita em 1955 e, que em 1999, ganhou uma adaptação para a TV, se tornando uma minissérie da TV Globo e no ano seguinte, virou um longa-metragem. • Dia 11, sábado • Horário: 17h 📻 Para ouvir, acesse o link: http://l.radios.com.br/r/179244
Nordestinados a Ler na Rádio Cafundó
Literatura

Nordestinados a Ler na Rádio Cafundó

Na programação da Rádio Cafundó, o Nordestinados a Ler vai homenagear o poeta Murilo Mendes. Sua obra de estrei chama-se Poemas publicada em 1930 e traz temas do Modernismo dos anos 20, como o nacionalismo, o folclore, a linguagem coloquial, o humor e a paródia. Escreveu ainda: Bumba-Meu-Preta (1930), História do Brasil (1932), O Visionário (1941). Murilo, que se considerava “um fragmento de Deus”, foi um dos principais representantes da poesia religiosa cultivada na Segunda Geração do Modernismo.  • Dia 04, sábado  • Horário: 17h  Para ouvir, acesse o link: http://l.radios.com.br/r/179244
A vida invisível de Eurídice Gusmão
Literatura

A vida invisível de Eurídice Gusmão

Shirley Pinheiro A leitura de A Vida Invisível de Eurídice Gusmão me pegou desprevenida. Em linhas gerais, já conhecia o enredo, a história de duas irmãs que tomam rumos diferentes na vida, mas que ambas vivem infelizes com suas escolhas. Bem, isso é o que está nos resumos da obra nos sites de compra. O que eu não esperava, é que nas primeiras páginas, quando a autora, Martha Batalha, introduz suas primeiras notas, eu já estaria de olhos marejados e completamente entregue à obra. “Mas o mais real deste livro está na vida das duas protagonistas, Eurídice e Guida. Elas ainda podem ser vistas por aí. Aparecem nas festas de Natal, onde passam a maior parte do tempo sentadas, com o guardanapinho nas mãos. São as primeiras a chegar e as primeiras a ir embora. Comentam sobre os te...
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Blog Nordestinados a Ler na Rádio Cafundó

Na programação da Rádio Cafundó, o Nordestinados a Ler vai homenagear o jornalista e escritor Lima Barreto - dono de uma obra extensa composta por romances, sátiras, contos, crônicas e vários textos em periódicos. É autor de títulos muito conhecidos, como o romance “Clara dos Anjos”; o livro de crônicas “Os bruzundangas”; o de memórias “Diário íntimo” e, claro, “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, uma obra recheada de críticas sociais e a valorização de aspectos nacionalistas, como o uso de linguagem coloquial.• Dia 28, sábado• Horário: 17h Para ouvir, acesse o link: http://l.radios.com.br/r/179244
Literatura

O milagre de Shirley Dayanna, nos versos de Salete Maria

Shirley Pinheiro Em 1949, Simone de Beauvoir concluiu que as concepções acerca dos indivíduos são construídas social e culturalmente, não se nasce com elas, mas se aprende através da socialização, logo, “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Mas o que faz de uma mulher uma Mulher? Para Shirley Dayanna, protagonista do cordel O Milagre Travesthriller: A História Da Travesti Que (Com Fé) Engravidou, escrito pela advogada (de mulheres, travestis, pessoas trans e homossexuais), professora e cordelista Salete Maria, o que a preocupa e faz com que se sinta inadequada é a impossibilidade de aumentar sua família, “como faz todo casal”. O que a impede de realizar esse desejo? Shirley Dayanna, “orgulho da causa gay”, é uma travesti. É então que começa a saga de transgressão de Shirley Dayanna...